Um estudo britânico alerta que espécies marinhas maiores, como tubarão, bacalhau e atum, enfrentam tanto a extinção quanto o encolhimento, já que o aumento das temperaturas nos oceanos causa uma redução de oxigênio.

Baseados em uma análise de crustáceos na Antártida, os resultados, apresentados na revista “Philosophical Transactions of the Royal Society B” e noticiados pelo jornal “The Independent”, reforçam a teoria de que criaturas marinhas maiores são mais vulneráveis ​​à mudança climática. Pesquisas anteriores já haviam sugerido que algumas espécies poderiam encolher até um quarto de seu tamanho até a metade deste século.

“Nos últimos 50 anos, o oxigênio em nossos oceanos diminuiu entre cerca de 2% e 5%, e isso já está afetando a capacidade de funcionamento das espécies”, observa John Spicer, zoólogo marinho na Universidade de Plymouth e coautor do estudo. “A menos que elas se adaptem, muitos invertebrados marinhos maiores ou encolherão em tamanho ou enfrentarão a extinção, o que teria um impacto profundamente negativo nos ecossistemas dos quais eles fazem parte.”

O estudo analisou quatro tipos de crustáceos, conhecidos como anfípodes, abundantes na costa ocidental da Península Antártica. Os pesquisadores notaram que espécies maiores sofreram desvantagens respiratórias quando os níveis de oxigênio foram reduzidos, em comparação com animais menores.

O trabalho apresenta ainda esforços de adaptação, segundo Spicer: “Nossa pesquisa também mostra que algumas espécies desenvolveram mecanismos para compensar as reduções de oxigênio e, portanto, nem sempre é tão simples quanto estabelecer uma ligação entre tamanho e sobrevivência futura”.

Mas ele não é tão otimista quanto à flexibilidade das espécies em conseguir driblar as novas condições: “Seria tolice depositar nossas esperanças em tal ‘resgate evolucionário’. Muitas espécies grandes serão quase certamente as primeiras vítimas do nosso oceano aquecido e pobre em oxigênio”.