Análise de mais de 30 pesquisas ressalta necessidade de manter o uso da proteção facial, assim como distanciamento social, lavagem das mãos e campanhas de vacinação.O uso de máscaras faciais é uma das medidas de saúde pública mais eficazes para combater o coronavírus, ao reduzir em 53% a incidência de covid-19, segundo artigo publicado no periódico britânico The BMJ nesta quinta-feira (18/11).

O estudo, que analisou mais de 30 pesquisas em todo o mundo, avaliou intervenções não farmacêuticas contra a doença.

“Esta revisão sistemática e a metanálise sugere que várias medidas de proteção pessoal e social, incluindo a lavagem das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento físico estão associadas a reduções na incidência de covid-19”, escreveram os pesquisadores.

O distanciamento físico pode reduzir os riscos de contaminação em 25%. A lavagem das mãos também diminui a incidência em 53% – a análise, no entanto, inclui um número reduzido de estudos sobre esse tema.

As vacinas são eficazes e seguras, mas não oferecem 100% de proteção. Além disso, a maioria dos países não vacinou a totalidade de suas populações e ainda não se sabe se os imunizantes poderão evitar novas variantes do coronavírus que venham a surgir no futuro.

As conclusões do estudo publicado no The BMJ, portanto, ressaltam a necessidade de manter o uso de máscaras, o distanciamento social e a lavagem das mãos, além das campanhas de vacinação.

Países abandonam uso de máscaras

Os pesquisadores envolvidos no estudo, das Universidades de Monash, na Austrália, e de Edimburgo, na Escócia, afirmam que as medidas mais amplas, como os lockdowns, fechamento de fronteiras, escolas e locais de trabalho, ainda necessitam de análises mais aprofundadas, para que seja possível avaliar seu potencial impacto nas populações.

A análise detalhada dessas medidas, além das quarentenas e isolamentos, ainda não é possível devido a diferenças no tipo de estudo, medidas de resultados e qualidade, disseram os cientistas.

O uso obrigatório de máscaras foi adotado por muitos países no início da pandemia, mas vários governos abandonaram parcial ou totalmente essa recomendação.

No Brasil, as regras variam entre os estados e as cidades, sem que haja uma recomendação direta por parte do Ministério da Saúde.

Os casos de covid-19 em todo o mundo já somam mais de 255 milhões, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. O total de mortes associadas à doença já supera 5,1 milhões.

rc/lf (ots)