Em pouco mais de um século, a massa total de objetos produzidos pela atividade humana se igualou à massa de todos os seres vivos existentes no planeta.

O grupo coordenado pelo pesquisador Ron Milo, do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel, calcula que em 2020, com uma margem de erro de seis anos para mais ou para menos, a massa total dos objetos gerados pelos seres humanos – a chamada massa antropogênica, constituída de máquinas, edifícios, estradas e outros objetos – tenha alcançado 1,1 trilhão de toneladas. É o mesmo valor que somam todos os seres vivos da Terra, de plantas e animais a organismos microscópicos (“Nature”, 9 de dezembro).

Em 1900, a massa dos produtos elaborados pelo homem correspondia a apenas 3% da massa de seres vivos, a biomassa do planeta. De lá para cá, a produção humana cresceu em ritmo acelerado à taxa de 30 bilhões de toneladas por ano. Com isso, a massa antropogênica dobrou a cada 20 anos. Se continuar aumentando nos níveis atuais, deve alcançar 3 trilhões de toneladas em 2040.

Estima-se que a massa de seres vivos do planeta já tenha sido de 2 trilhões de toneladas. Ela diminuiu à metade em cerca de três milênios em consequência da agricultura e derrubada de florestas – árvores e arbustos são responsáveis por 90% da biomassa do planeta.