A revista Journal of Pediatric Surgery Case Reports noticiou o primeiro caso estudado de um bebê brasileiro que nasceu com uma cauda. A criança veio à luz em janeiro de 2021, no Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza (CE). Prematuro de 35 semanas, o bebê nasceu com uma cauda de 12 centímetros formada por tecido conjuntivo e gordura. O nome da criança não foi revelado no estudo.

“As pseudocaudas são protuberâncias compostas basicamente por tecido adiposo ou cartilaginoso e presença de elementos ósseos”, relatou a equipe no artigo publicado na revista. “Caudas humanas verdadeiras são muito raras, com aproximadamente 40 casos relatados na literatura.”

A cauda foi extraída posteriormente, depois de a equipe médica responsável analisar diversos exames necessários para mapear os riscos – como se a protuberância não estava relacionada a outras patologias, como medula espinhal ancorada – e garantir a segurança do procedimento.

Foto mostra a região operada após a remoção da cauda. Crédito: Journal of Pediatric Surgery Case Reports
Conscientização

Segundo os médicos, o corpo extraído é a persistência da cauda embrionária do feto. Ela se forma entre a quarta e a sexta semanas de gestação e desaparece no final da oitava semana, absorvida pelos leucócitos. O motivo de a criança cearense ter mantido a cauda ainda é desconhecido.

Em entrevista ao portal UOL, o cirurgião pediátrico Humberto Forte destacou a relevância do estudo. “Não podemos dizer que este é o primeiro caso ocorrido no Brasil, mas foi o primeiro caso publicado. A importância deste artigo para a ciência médica brasileira é conscientizar a todos sobre a patologia dessas crianças e mostrar nossa experiência e expertise no atendimento a elas”, afirmou o médico.

Depois da cirurgia bem-sucedida de extração, a criança tem passado por acompanhamento semestral da equipe médica para garantir sua saúde e bem-estar. Até agora, seu estado geral é muito bom.