A disponibilidade de água para os ecossistemas e uso humano está ameaçada na bacia do rio Colorado, no sudoeste dos Estados Unidos, região que desde os anos 2000 enfrenta a pior seca dos últimos 500 anos.

Cerca de metade da água do rio, que percorre os estados de Colorado, Utah, Wyoming, Novo México e Arizona, vem do subsolo; a outra metade é fornecida pela precipitação. A água subterrânea é fundamental por alimentar os córregos e riachos que abastecem o rio e permitir manter o fluxo do Colorado fora do período de chuvas, do qual hoje dependem cerca de 40 milhões de pessoas.

Um grupo liderado pela hidrologista Olivia Miller, do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), usou um modelo matemático para tentar prever o que pode ocorrer com as águas subterrâneas do Colorado neste século, em três cenários de mudanças climáticas. No melhor cenário, mais quente e úmido, o volume de água subterrânea pode aumentar 6% até 2030, mas depois decai, ficando 3% abaixo do nível atual em 2080. No pior cenário, quente e seco, as águas subterrâneas podem diminuir 23% até 2030 e até 33% em 2080 (Geophysical Research Letters, 25 de outubro).

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.