Durante a Conferência de Ciência Lunar e Planetária realizada em The Woodlands, Texas (EUA), no dia 10 de março, o cientista planetário Kevin Cannon relatou que bilhões de anos de impactos de meteoritos podem ter transformado grande parte da superfície de Mercúrio em diamantes.

Suas simulações de computador prevêem que tais impactos podem ter transformado cerca de um terço da crosta do pequeno planeta em um estoque de diamantes muitas vezes maior que o da Terra.

“Quando esses [impactos] acontecem, eles criam pressões e temperaturas muito altas que podem transformar carbono em diamante”, disse Cannon, da Colorado School of Mines em Golden, Texas. “O que achamos que aconteceu é que quando [Mercúrio] se formou, tinha um oceano de magma, e esse grafite cristalizou desse magma.”

Após o bombardeio, a superfície de Mercúrio está cheia de crateras, segundo ele, evidência de uma história rica em impactos. Grande parte da suposta crosta de grafite teria sido maltratada e transformada em diamante, supôs Cannon.

O cientista usou computadores para simular 4,5 bilhões de anos de impactos em uma crosta de grafite. As descobertas mostram que, se Mercúrio tivesse uma camada de grafite de 300 metros de espessura, o espancamento teria gerado 16 quatrilhões de toneladas de diamantes, cerca de 16 vezes as reservas estimadas da Terra.

Segundo especialistas, algumas pedras preciosas provavelmente teriam sido destruídas por impactos posteriores. Mas as perdas teriam sido “muito limitadas”, de acordo com ele, já que o ponto de fusão final do diamante excede 4.000° Celsius. Futuras simulações incorporarão a refusão de impactos para refinar o tamanho potencial das atuais reservas de diamantes de Mercúrio.