A imagem de durona da primeira-ministra alemã Angela Merkel tem sofrido rachaduras desde a onda migratória de 2015, quando ela pendeu para o lado dos migrantes. Dos líderes da União Europeia, Merkel tem se mostrado a mais condescendente em relação a essa causa, aceitando receber um número maior de refugiados (só em 2015, foram 1,1 milhão de pes­soas, e 300 mil tiveram seu pedido de asilo aceito).

A respeito desse fluxo intenso, ela celebrou o fato de a Alemanha “ter se tornado um país que as pessoas associam à esperança” e afirmou, aludindo ao passado nazista: “É algo muito valioso se observarmos nossa história”. O apoio à migração tem custado cacife político a Merkel, e seu partido, a União Democrata-Cristã, sentiu o vento contrário ao sofrer derrotas nas eleições regionais de março para adversários populistas de direita. Em resposta a isso, ela reafirmou: a política alemã para os refugiados não muda.