A cápsula Orion da Nasa pousou com sucesso neste domingo (11/12) no Oceano Pacífico, após completar sua jornada ao redor da Lua. A amerissagem (pouso no mar) ocorreu às 14h40 do horário de Brasília, perto da Ilha de Guadalupe, na península da Baixa Califórnia, no México.

Após 25 dias, o retorno da cápsula à Terra encerra a primeira missão não tripulada do programa Artemis, que pretende levar novamente seres humanos à Lua – algo que não ocorre desde 1972, com a missão Apollo 17. O Artemis também tem o objetivo, de mais, tarde levar astronautas para Marte.

A Orion passou a cerca de 127 quilômetros da Lua e atingiu uma distância de quase 435 mil quilômetros da Terra. Desde a decolagem, em 16 de novembro, a cápsula viajou 2,25 milhões de quilômetros.

Dados essenciais

A chegada da Orion com sucesso na Terra foi observada com atenção pelos cientistas, pois trata-se do primeiro teste do maior escudo térmico já construído. Ele tem 5 metros de diâmetro e é composto de uma treliça de titânio coberta por uma película de fibra de carbono e de um material ablativo (que afasta o calor).

A cápsula teve que suportar uma temperatura de 2,7 mil graus Celsius quando entrou na atmosfera da Terra, a uma velocidade de 40 mil quilômetros por hora.

“É um equipamento crítico para a segurança. Foi projetado para proteger a espaçonave e os passageiros, os astronautas a bordo. Portanto, o escudo térmico precisa funcionar”, explicou o gerente da missão Artemis, Mike Sarafin.

Agora, a Nasa poderá coletar informações da espaçonave que são essenciais para as próximas missões – inclusive para as tripuladas. Um dos dados é se os isolantes térmicos conseguiram preservar o interior da cápsula, onde foram instalados três manequins (um de corpo inteiro e dois dorsos idênticos) com sensores de monitoramento de temperatura, pressão e radiação, entre outros.

A Marinha americana e uma equipe de resgate do Centro Espacial Kennedy trabalharão em conjunto para recuperar a cápsula. Mergulhadores conectarão um cabo à embarcação, que será puxada para um espaço no convés de um navio da Marinha. Equipes recuperarão a capa protetora e os três paraquedas principais.

O projeto Artemis

Considerado o primeiro teste para o retorno de missões tripuladas à Lua, a Missão Artemis 1 é organizada pela Nasa em parceria com 21 países, entre eles o Brasil. O lançamento ocorreu na base de Cabo Canaveral, na Flórida, em 16 de novembro, após duas tentativas frustradas.

Em 21 de novembro, a missão aproximou-se da Lua, e entrou na órbita retrógrada do satélite em 25 de novembro. Seis dias mais tarde, em 1º de dezembro, afastou-se da órbita da Lua e começou o retorno à Terra.

A viagem não tripulada integra uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion, que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão.

A missão pretende construir uma base lunar permanente e sustentável e fazer com que a Lua seja um ponto de apoio para viagens a Marte.

A tripulação da próxima missão, programada para 2024, viajará perto da Lua, mas não fará um pouso.

Uma espaçonave deve pousar no polo sul da Lua, onde há água em forma de gelo, durante a Artemis 3, prevista para 2026.

le (Reuters, AFP, Agência Brasil)