O lendário monstro do Lago (Loch) Ness, na Escócia, não é um monstro – no máximo, seria uma grande enguia. Essa foi a conclusão de um grupo internacional de cientistas divulgada hoje em Drumnadrochit, na costa oeste do lago, informou o site NBC News.

Liderados por Neil Gemmell, da Universidade de Otago (Nova Zelândia), os pesquisadores analisaram o DNA ambiental (material genético dispersado por todas as formas de vida no Loch Ness) de cerca de 250 amostras de água coletada no lago em 2018. Esse DNA foi comparado a grandes bancos de dados genéticos de espécies conhecidas.

Os cientistas não encontraram evidências de sequências de DNA semelhantes às que poderiam se originar de um grande réptil marinho extinto. Isso praticamente garante que não há um “réptil escamoso gigante” no lago. “Não temos evidências definitivas de um monstro”, afirmou Gemmell.

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Também foi investigada a possibilidade de peixes gigantes, como peixe-gato ou esturjão, terem sido confundidos com o monstro. Mas Gemmel e seus colegas descartaram essa alternativa.

Já a quantidade de DNA de enguia no lago revelou-se surpreendentemente grande. No entanto, embora Gemmell tenha lembrado que a enguia pode chegar a 2 metros de comprimento, os relatos geralmente mencionam uma criatura bem maior. E não há como saber o real tamanho das enguias donas do DNA encontrado, disse ele.

Questão em aberto

“É uma enguia gigante? Não sei, mas é algo que podemos testar mais”, afirmou.

No fim do depoimento, Gemmel não colocou um ponto-final na questão. “Pode haver um monstro no Lago Ness, mas não o encontramos”, declarou.

O mito de “Nessie”, o monstro do Lago Ness, tem centenas de anos. Nos tempos modernos, a primeira observação moderna do suposto animal, descrito como um “peixe parecido com uma baleia”, ocorreu em 1933.

O caso foi o primeiro de milhares de observações e relatos, que originaram diversos livros, programas de TV e filmes. A fama de Nessie cruzou fronteiras e até hoje estimula um considerável fluxo turístico na região.