Maurício Tuffani, editor-chefe do Jornal da Unesp e editor do Direto da Ciência, faleceu em 31 de maio, aos 63 anos. Referência no jornalismo científico, ele dedicou mais de 30 anos de sua carreira à divulgação de notícias sobre ciência, meio ambiente e ensino superior.

Começou a trabalhar na imprensa em 1978, como revisor dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, quando ainda estudava matemática e filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e era professor de matemática e física no ensino médio.

Foi redator-chefe da revista Galileu, editor e repórter do Caderno de Ciência da Folha de S. Paulo, assessor de Comunicação em secretarias do Governo de São Paulo, da Reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde foi também fundador e diretor editorial da revista Unesp Ciência. Além disso, atuou como editor executivo no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) Brasil. Tuffani foi editor da Scientific American Brasil até 2016, quando passou a dedicar-se ao site Direto da Ciência, com foco nas decisões políticas, nos bastidores, nos conflitos internos e na exposição de temas de interesse público que, em geral, permanecem em nível restrito nos círculos acadêmicos e nos meios governamental e não governamental, entre eles, as publicações acadêmicas que, segundo ele dizia, “desrespeitavam padrões científicos de qualidade”.

Sair da zona de conforto

Tuffani foi professor convidado do Laboratório de Estudos Avançados de Jornalismo Científico (Labjor), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e do Núcleo José Reis de Divulgação Científica da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP). Também integrou o Conselho Editorial da revista Pesquisa Fapesp.

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) lamentou a sua morte. “Era um grande amigo e parceiro da APqC. Em 2018, a convite da entidade, promoveu uma palestra aos pesquisadores intitulada ‘Os desafios da visibilidade da pesquisa científica’, realizada no Instituto Biológico, em São Paulo. Na ocasião, afirmou que ‘em tempos obscurantistas, cuja tendência é desqualificar a informação científica, os cientistas têm o dever de sair de sua zona de conforto e dar as caras nas mídias sociais para ajudar a combater as chamadas fake news e tornar acessível o resultado de suas pesquisas’.”