De 11 de agosto a 14 de setembro, a Mostra Ecofalante de Cinema celebra sua 10ª edição de forma online e gratuita. A programação do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais reúne 101 títulos de 40 países, 30 deles inéditos no Brasil. Para conferir tudo, visite o site www.ecofalante.org.br.

A programação é organizada nas seções Panorama Internacional Contemporâneo, com os mais premiados  filmes internacionais da última safra dividido em sete eixos temáticos: Ativismo, Biodiversidade, Cidades, Economia, Povos & Lugares, Tecnologia e Trabalho; Competição Latino-Americana, que reúne produções recentes de sete países da região; Programa Especial – Territórios Urbanos: Segregação, Violência  e Resistência, uma retrospectiva de obras brasileiras produzidas a partir de 1999 assinadas por nomes como João Moreira Salles e Maria Augusta Ramos; Especial Energia Nuclear – 35 Anos de Chernobyl, 10 Anos de Fukushima, uma seleção de documentários produzidos nos últimos anos que abordam esses grandes desastres nucleares; e Concurso Curta Ecofalante, premiação voltada a estudantes brasileiros.

“A Mostra chega ao seu décimo ano num momento de grande crise no Brasil e no mundo, marcada pela pandemia, a emergência climática, a enorme destruição da biodiversidade e a crescente desigualdade social”, observa Chico Guariba, diretor da Mostra Ecofalante de Cinema. “Os desafios são enormes e a função da Mostra, que sempre foi a de trazer informação de qualidade e promover o debate democrático, plural e inclusivo, tem se tornado cada vez mais importante. Não é à toa que foi o festival que mais cresceu no Brasil nesses últimos anos.”

Crise na Grécia e pós-pandemia

A cerimônia de abertura acontece no dia 11 de agosto, a partir das 19h, com a presença do diretor e convidados. Em seguida, às 20h, será exibido o premiado filme O Novo Evangelho, de Milo Rau, eleito o melhor documentário no Swiss Film Awards 2021 e coproduzido entre Alemanha, Suíça e Itália. Sua narrativa imagina o que Jesus pregaria no século 21 com uma nova encenação da crucificação de Cristo, já filmada pelo cineasta italiano Pier Paolo Pasolini (O Evangelho Segundo São Mateus, 1964) e Mel Gibson (A Paixão de Cristo, 2004). Filmada em Matera, mesma cidade italiana onde foram produzidos esses dois longas, a obra de Milo traz Jesus interpretado por um ativista político camaronês, que defende os direitos dos trabalhadores ilegais explorados por um sistema agrícola liderado pela máfia.

Atrações internacionais e nacionais inéditas no Brasil compõem a programação da Mostra. Entre os estrangeiros, destaque para dois longas. O primeiro é Jogo do Poder, de Costa-Gavras, cineasta vencedor do Oscar e do prêmio de melhor direção no Festival de Cannes. Em seu novo trabalho, o diretor revela os bastidores do jogo de poder da Europa, focalizando as razões para a crise na Grécia. O segundo destaque vai para a pré-estreia especial de A História do Plástico, uma coprodução EUA/Índia/Bélgica/China/Indonésia/Filipinas dirigida por Deia Schlosberg. O documentário expõe a “verdade inconveniente” por trás da poluição do plástico, material onipresente em nossas vidas.

Já entre os filmes nacionais, um dos destaques é a pré-estreia mundial de A Bolsa ou a Vida, mais recente trabalho do consagrado diretor Silvio Tendler. O longa propõe refletir sobre o tema “o que virá depois da pandemia?”. “É uma discussão sobre se no pós-pandemia a centralidade será no ser humano e na natureza ou no cassino financeiro”, afirma o diretor. A obra traz entrevistas com personalidades conhecidas como o escritor Ailton Krenak, o padre Júlio Lancelotti, o cineasta Ken Loach, a drag queen e professora Rita von Hunty, entre outros, e com cidadãos comuns, que sentem na pele as dificuldades impostas pelo caos social.