A Nasa confirmou sua missão para a Europa, a lua gelada de Júpiter. A decisão da agência espacial americana oficializa a conclusão do projeto final, que será seguida pela construção e teste da nave espacial e da carga útil científica.

Segundo Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas na sede da Nasa em Washington, a equipe está desenvolvendo a missão a partir do conhecimento científico gerado pelas naves Galileo e Cassini, e está trabalhando para avançar a compreensão de nossa origem cósmica e até mesmo da vida em outros lugares.

Galileo e Cassini foram sondas enviadas pela Nasa para estudar, respectivamente, Júpiter e suas luas e o planeta Saturno.

A missão conduzirá uma exploração profunda da lua de Júpiter, Europa, a sexta maior lua do Sistema Solar. Europa tem uma superfície de gelo e cientistas especulam que há um oceano aquático abaixo de sua superfície com um volume duas vezes maior do que a soma de todos os oceanos da Terra.

A missão vai investigar se Europa poderia abrigar condições adequadas à vida, aprimorando os conhecimentos da ciência sobre astrobiologia.

A NASA tem como meta ter a espaçonave Europa Clipper completa e pronta para ser lançada em 2023, prazo que pode ser estendido até 2025, se necessário.

A Europa Clipper fará vôos bastante próximos da superfície de Europa, enquanto orbita ao redor de Júpiter, sem pousar na lua. A espaçonave levará instrumentos científicos que incluem câmeras e espectômetros, aparelhos usados para estudar propriedades da luz, para produzir imagens de alta resolução e determinar a composição de Europa.

Um radar capaz de penetrar o gelo vai determinar a espessura da camada de gelo que recobre Europa, e vai buscar por lagos subterrâneos, similares aos encontrados na Antártica.

A espaçonave também levará um magnetrômetro, para medir a força e a direção do campo magnético da lua, o que vai ajudar a determinar a profundidade e salinidade de seu oceano.

O instrumento térmico vai vasculhar a superfície gelada de Europa na busca de possíveis recentes erupções de água quente, enquanto outros instrumentos irão procurar evidências de água líquida e partículas presentes na atmosfera da lua.

O telescópio Hubble observou vapor de água sobre o polo Sul da Europa em 2012, apresentando a primeira evidência sólida da presença de “pluma”, uma coluna de algum fluido se movendo dentro ou ao redor de outro. Se isso for confirmado pela missão Europa Clipper, e as plumas estiverem ligadas a um oceano abaixo da superfície, essa evidência ajudará os cientistas a investigar a formação de um ambiente habitável em potencial da Europa, diminuindo a necessidade de perfurar camadas de gelo.