Enquanto a Nasa se prepara para o retorno do homem à Lua, inúmeras atividades para equipar, abrigar e oferecer apoio a futuros astronautas estão em andamento. Esses astronautas estarão comendo e bebendo, e subsequentemente urinando e defecando em microgravidade e na gravidade lunar.

Enquanto os astronautas estiverem na cabine e fora de seus trajes espaciais, precisarão de um banheiro com as mesmas capacidades que as existentes na Terra. A Nasa está convocando a comunidade global a desenvolver novos conceitos de design para banheiros compactos capazes de operar nas variadas condições previstas. Esses conceitos poderão ser adaptados para uso na missão Artemis, que levará os astronautas de volta à Lua.

“Esse desafio espera atrair abordagens radicalmente novas e diferentes para o problema da captura e contenção de resíduos humanos”, anunciou a agência espacial americana em comunicado.

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A iniciativa, lançada ontem, será encerrada em 17 de agosto deste ano. Cada participante poderá inscrever um conceito. Outras informações estão disponíveis para os interessados por meio do link https://www.herox.com/LunarLoo.

Esse desafio inclui uma categoria técnica e uma categoria júnior. A primeira categoria distribuirá prêmios num total de US$ 35 mil: US$ 20 mil para o vencedor, US$ 10 mil para o segundo colocado e US$ 5 mil para o terceiro. A categoria júnior renderá ao escolhido um reconhecimento público da Nasa e da empresa de colaboração pública HeroX, um certificado de vencedor e um item da loja oficial da Nasa.

Conceitos revistos e aprimorados

Embora os banheiros espaciais já existam e estejam em uso (na Estação Espacial Internacional, por exemplo), eles foram projetados apenas para microgravidade. O Human Landing System Program da Nasa está procurando um dispositivo de próxima geração que seja menor, mais eficiente e capaz de trabalhar tanto na microgravidade quanto na gravidade lunar.

O desafio proposto pela competição envolve detalhes curiosos. O banheiro deve funcionar com a gravidade da Lua (cerca de um sexto da gravidade terrestre) para que a urina e as fezes caiam. Ele deve ocupar não mais de 0,12 metro cúbico. Sua operação deve ocorrer com um nível de ruído inferior a 60 decibéis (aproximadamente o produzido por um ventilador de banheiro na Terra).

O compartimento terá de coletar urina e fezes simultaneamente, acondicionando um litro do primeiro e 500 gramas do segundo – inclusive na forma de diarreia. Ele também terá de lidar com até 114 gramas de sangue menstrual por equipe por dia. Além disso, deverá “permitir limpeza e manutenção fáceis, com tempo de resposta de 5 minutos ou menos entre os usos”.

O sistema adotado terá ainda de armazenar o lixo ou ser capaz de jogá-lo fora do veículo. “Pontos de bônus serão concedidos a projetos que possam capturar vômito sem exigir que o membro da tripulação coloque a cabeça no vaso sanitário”, informam os organizadores do desafio.