A Nasa está passando por uma situação, no mínimo, embaraçosa. No começo deste mês, a agência espacial americana anunciou que aconteceria a primeira caminhada espacial somente de mulheres na história. Mas precisou dar um enorme passo para trás.

O motivo: a Estação Espacial Internacional (ISS) só têm um traje espacial do tamanho certo para as duas mulheres atualmente a bordo. Usar algo maior ou menor do que o tamanho adequado seria um risco que não vale a pena correr no ambiente perigoso e de alta pressão de uma caminhada espacial.

Anne McClain e Christina Koch deveriam deixar a ISS para substituir baterias de níquel-hidreto por versões mais avançadas de lítio em uma das matrizes solares da estação, nesta sexta, 29 de março. Em vez disso, Koch irá com o astronauta Nick Hague.  A missão de Koch e Haia ainda terá muito apoio feminino. Ainda serão mulheres que estarão na direção de vôo principal e no controle de voo.

McClain, que fez sua primeira caminhada espacial no dia 22 de março, fará outra no dia 8 de abril com o astronauta canadense David Saint-Jacques. Já que as duas mulheres ainda farão caminhadas espaciais, o revés para a causa da igualdade em órbita é um pouco menor. Mas deixa evidente que as barreiras para as mulheres na ciência podem ser sutis e inesperadas.

Curiosamente, o “imprevisto” ocorre uma semana depois do Sunday Times ter dado a Alessandro Strumia, anteriormente afiliado ao CERN, quase uma página inteira para proclamar que não há “muros para afastar as mulheres” da ciência. Em vez disso, afirmou Strumia, contra uma montanha de evidências, “as mulheres simplesmente não estão interessadas em física”.

Embora Valentina Tereshkova tenha se tornado a primeira mulher no espaço em 1963, dois anos após o vôo de Yuri Gagarin, foram 19 anos antes que outra mulher deixasse a atmosfera da Terra, período em que muitos homens tiveram a mesma oportunidade.