Humanos modernos e neandertais, nossos parentes mais próximos, podem ter se separado há 800 mil anos, centenas de milhares de anos antes do que se pensava, segundo um novo estudo baseado na dentição, feito pela antropóloga Aida Gomez-Roblesda, do University College London e publicado ontem na revista científica Science Advances.

Ao analisar os dentes de um ancestral neandertal de 400 mil anos de idade, descoberto em uma caverna na Espanha, ela determinou grandes diferenças entre os dois grupos. Isso sugere que eles evoluíram separadamente durante um longo período de tempo antes dessa data.

Quando e como as duas espécies divergiram permanecem uma questão de intenso debate dentro da comunidade antropológica. Até o momento, a maior referência ainda são os estudos de DNA que apontam que neandertais e humanos modernos compartilhavam mais de 99% de seu DNA até 40 mil anos, quando essa espécie de humanos antigos foram extintos.

Mas nem toda a comunidade científica engoliu a nova proposta. O paleoantropólogo da Smithsonian Institution, Rick Potts, consultado pela USA Today destaca que a evolução dentária não é um marcador tão preciso e previsível quanto a nova pesquisa sugere para definir quando as divergências começaram.