O NY Times mostrou a investigação científica de uma área nos Alpes franceses na qual a neve está passando por mudanças curiosas – em vez do branco marcante, o gelo está com cores vivas, como vermelho, laranja e rosa. As manchas chegam a cobrir alguns quilômetros de neve, muitas vezes com tons avermelhados que se assemelham ao de sangue. Por isso, os moradores locais chamam esse fenômeno de sangue glaciar.

No entanto, a explicação não é sangrenta, embora também dramática. Nos últimos anos, os Alpes registraram uma proliferação de microalgas na neve, as quais modificam a cor do gelo. Um estudo recente, publicado na revista Frontiers in Planet Science, analisou de que maneira essas algas são afetadas pelo aquecimento e quais os efeitos dessa proliferação nos ecossistemas locais.

A conclusão foi que, tal como suas parentes aquáticas, as algas da neve também reagem ao clima mais quente, encontrando condições para se reproduzir com mais rapidez. Ao mesmo tempo, o calor também afeta sua coloração. Originariamente verdes, essas algas acabam produzindo um pigmento laranja ou vermelho que age como antioxidante. É um protetor solar que as protege dos efeitos nocivos da luz intensa e das radiações ultravioleta.

Para os cientistas envolvidos no estudo, essas algas também servem como marcadores da mudança do clima e dos efeitos causados nos ecossistemas montanhosos.

O estudo também foi repercutido por veículos como Guardian e Independent e pela revista do Instituto Smithsonian nos EUA.