O drama crescente do aquecimento global

O aquecimento global já causa 300 mil mortes por ano, anunciou em maio o Global Humanitarian Forum, criado pelo ex-secretário-geral da ONU, KofiAnnan. Segundo o relatório, por volta de 2030, secas, enchentes, tempestades e incêndios florestais cada vez mais severos tirarão a vida de cerca de 500 mil pessoas anualmente, o que representará o maior desafio humanitário já enfrentado pelo mundo. Nesse ano, caso medidas sérias não sejam tomadas contra o fenômeno, o aquecimento global custará US$ 600 bilhões por ano.

As fronteiras que se moveram…

O rápido derretimento das geleiras alpinas levou Itália e Suíça a refazer seus limites comuns. Desde o século 20, a superfície da criosfera (a zona dos glaciares) está diminuindo, em especial nos últimos cinco anos. Como a fronteira ítalo-suíça está localizada ali, os dois países vão reunir especialistas para debater a questão. A zona afetada inclui áreas ao redor do famoso pico Matterhorn (foto). Calcula-se que as variações entre a fronteira antiga e a nova estejam entre alguns metros e cem metros.

 

A cidade movida a esterco

Quando inaugurar sua rede de biogás, ainda em 2009, Lünen (Alemanha) vai ser a primeira cidade do mundo a abastecer-se com energia elétrica e calefação obtidas de estrume. Além de esterco de vaca e de cavalo, outros tipos de material orgânico fornecidos por fazendeiros locais ajudarão a municipalidade a oferecer eletricidade sustentável para seus 90 mil moradores. O biogás será queimado numa usina CHP (sigla em inglês para calor e eletricidade combinados) e depois o calor será distribuído pela cidade, através de dutos ainda em construção. A usina pode produzir 6,8 megawatts, suficientes para oferecer energia e calor a 26 mil domicílios.

… e a terra que subiu

Na região de Juneau, capital do Alasca, o derretimento das geleiras ligado ao aquecimento global está fazendo o solo subir e o mar recuar. Geleiras como a Mendenhall (foto) têm retrocedido quase 10 metros por ano. Para os cientistas, a terra que o gelo cobria se expande sem ele. A elevação das terras passa dos três metros nos últimos 200 anos, afetando seriamente o ambiente e a navegação na área.

Sacos plásticos: vitória chinesa

A proibição de sacolas plásticas de pequena espessura e embalagens de isopor na China, determinada em junho de 2008, proporcionou até maio uma economia de 1,6 milhão de toneladas de petróleo, ou de 40 bilhões de sacolas plásticas. O dado vem de uma pesquisa da China Chain Store and Franchise Association, segundo a qual o consumo dessas sacolas caiu 66%, substituído por sacolas reutilizáveis (foto). O resultado é louvável, mas os chineses ainda têm um longo caminho a percorrer: a cada dia o país produz 1 milhão de toneladas de resíduos, volume que tende a aumentar.

Água e mata protegidos no Rio de Janeiro

Foi lançado em maio o programa Produtores de Água e Floresta, destinado a remunerar os produtores rurais da bacia do rio Guandu, no Rio de Janeiro, pela restauração florestal e manutenção das matas. A iniciativa, inédita no Estado, é uma parceria entre instituições públicas e privadas e atende uma bacia hidrográfica responsável por cerca de 80% do abastecimento de água e 25% da geração de energia elétrica para a região metropolitana do Rio de Janeiro.

O exemplo de Juruti

Os caminhos para promover o desenvolvimento sustentável na pequena Juruti (PA) estão no livro Juruti Sustentável: Uma proposta de modelo para o desenvolvimento local, parceria entre o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVCes), o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Alcoa. A obra apresenta em detalhes o Projeto Juruti Sustentável e orientações para se concretizar uma agenda pelo desenvolvimento local em curto, médio e longo prazos a partir da implantação do empreendimento de extração de bauxita da Alcoa no município. O livro está disponível no site da empresa (http://www.alcoa.com/brazil).

Os limites financeiros da compensação ambiental

O governo federal desatou um nó em maio sobre a compensação ambiental: por meio de decreto, estabeleceu a forma de cálculo de quanto o investidor terá de destinar às obras para mitigar os efeitos que elas terão sobre o meio ambiente. O decreto 6.848 limita em 0,5% do total investido em um empreendimento o valor a ser destinado a compensar os eventuais danos ambientais causados por ele. O percentual será calculado a partir dos Estudos de Impacto Ambiental e seus Relatórios (EIA/RIMA), excluindo-se da conta os investimentos feitos pela empresa “nos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental”.