● Desaparecimento de abelhas

A diminuição da quantidade de abelhas pode prejudicar a cultura de frutos como melão, manga, melancia e goiaba no Brasil. Em entrevista à Rádio Nacional, a bióloga Márcia Ribeiro, pesquisadora da Embrapa Semiárido, afirmou que os Estados Unidos e o Canadá já estimam em milhões de dólares a perda na produção de frutos com o desaparecimento das abelhas.

De acordo com a bióloga, no Brasil ainda não há estudos sobre esses prejuízos. “Mas já se sabe que o número de abelhas está diminuindo aqui também.” Ela explicou que as abelhas são necessárias em diversas culturas para que haja a polinização das flores e, consequentemente, a planta possa produzir frutos. Segundo Márcia, as abelhas são mortas por pessoas que colhem mel de colmeias naturais. “Elas vão até a vegetação nativa, extraem o mel dos ninhos sem nenhum cuidado e deixam as abelhas morrerem, causando um desequilíbrio no meio ambiente.”

● Tráfico de pessoas na Europa

O relatório “Tráfico de Pessoas para a Europa para Fins de Exploração Sexual”, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), revelou que só na Europa existem cerca de 140 mil mulheres vítimas do tráfico humano que servem àqueles que procuram o mercado da exploração sexual. Por ano também são feitas 70 mil novas vítimas do crime organizado para exploração sexual.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que essas 140 mil mulheres traficadas em condições de servidão façam, juntas, cerca de 50 milhões de programas sexuais por ano, a um valor médio de 50 euros cada. No total, isso representa um lucro anual que atinge 2,5 bilhões de euros, o equivalente a R$ 5,5 bilhões.

Os dados se referem apenas à Europa Ocidental e mostram que a maior parte das pessoas traficadas vem de regiões vizinhas, como os Bálcãs (32%) e países da antiga União Soviética (19%). A América do Sul aparece em terceiro lugar de origem das vítimas, com representatividade de 13%. Segundo o relatório, é cada vez maior o número de brasileiras traficadas. Em seguida, aparecem a Europa Central, com 7%, a África, com 5%, e o Leste Asiático com 3%.

De modo geral, o estudo aponta a Espanha como o principal país de destino das vítimas, seguida por Portugal, Holanda e Alemanha. Entretanto, o relatório detalhou que as brasileiras e paraguaias, entre as vítimas sul-americanas, são destinadas, principalmente, para Espanha, Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça. Os dados revelam uma mudança nos últimos anos, pelo menos na Espanha, já que, antes de 2003, eram as colombianas a maioria das vítimas no país.

A estimativa de mulheres traficadas na Europa foi levantada pela ONU com base no número de 7.300 vítimas detectadas na Europa Ocidental em 2006. De acordo com a organização, 1 em cada 20 vítimas seria detectada, chegando, então, ao total de 140 mil mulheres. O relatório indica que as novas 70 mil vítimas anuais expressam a rotatividade e o movimento do tráfico de pessoas, e explica que elas substituem aquelas que conseguiram se livrar do crime organizado, abandonando sua antiga condição ou, ainda, se transformaram em novas aliciadoras. Para conquistar novas vítimas, os aliciadores costumam oferecer propostas de trabalho com falsos benefícios.

 

● Diversidade cultural e diálogo intercultural

O tema da diversidade cultural vem suscitando um interesse notável desde o início deste século e suas interpretações têm sido variadas e mutáveis. Para alguns, a diversidade cultural é intrinsecamente positiva na medida em que se refere a um intercâmbio da riqueza inerente a cada cultura do mundo e, assim, aos vínculos que nos unem nos processos de diálogo e de troca. Para outros, as diferenças culturais fazem-nos perder de vista o que temos em comum na condição de seres humanos, constituindo, assim, a raiz de numerosos conflitos.

O segundo diagnóstico parece hoje mais crível, uma vez que a globalização aumentou os pontos de interação e fricção entre as culturas, originando tensões, fraturas e reivindicações relativas à identidade, particularmente a religiosa, que se convertem em fontes potenciais de conflito. Por conseguinte, o desafio fundamental consistiria em propor uma perspectiva coerente da diversidade cultural e, portanto, esclarecer que, longe de ser uma ameaça, a diversidade pode ser benéfica para a ação da comunidade internacional.

É esse o objetivo essencial do relatório mundial “Investindo na Diversidade Cultural e no Diálogo Intercultural”, produzido pela Unesco com a colaboração de especialistas de vários países do mundo. O estudo mostra a importância da diversidade cultural nos mais variados domínios de intervenção (línguas, educação, comunicação e criatividade) e oferece sólidos argumentos para decisores e atores sociais sobre a importância de se investir na diversidade cultural como dimensão essencial do diálogo intercultural, na construção de estratégias para o desenvolvimento sustentável, na garantia do exercício das liberdades e dos direitos humanos e no fortalecimento da coesão social e da boa governança. Cópias impressas da tradução em português estarão disponíveis para distribuição em breve, mas o arquivo pdf da obra já pode ser baixado gratuitamente.

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● Ensino religioso no Brasil

O seminário Laicidade e Ensino Religioso no Brasil, realizado em junho no Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) da Universidade de Brasília, refletiu sobre o fato de que não há religião oficial no Brasil, e a liberdade de crença e expressão garante o pluralismo. O ensino religioso é previsto constitucionalmente, mas existe o desafio das políticas de educação sobre como regular seu conteúdo nas escolas públicas brasileiras. A organização do evento foi do Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, em parceria com o Departamento de Serviço Social e o Laboratório Imagens & Palavras, da Universidade de Brasília, e a Unesco no Brasil. O evento contou com a participação de especialistas no tema, entre eles a coordenadora do Setor de Cultura da Representação da Unesco no Brasil, Jurema Machado. Na ocasião foi lançado o livro de mesmo título das autoras Debora Diniz, Tatiana Lionço e Vanessa Carrião, publicado pelas Editoras Letras Livres, UnB e Unesco no Brasil.

Informações: http://www.anis.org.br/

 

Ciências sociais em expansão no Brasil

Um relatório da Unesco revela que o número de pesquisadores brasileiros praticamente triplicou nos últimos dez anos; o setor também está em expansão na Ásia, mas a América do Norte e a Europa ainda publicam 75% do total de jornais científicos no mundo. A área das ciências sociais de nações ocidentais continua a ter a maior influência global e o setor está se expandindo rapidamente para a Ásia e para América Latina. Só no Brasil, o número de pesquisadores praticamente triplicou nos últimos dez anos.