Todos pela educação

No dia 31 de agosto, entidades ligadas à educação, entre elas a Unesco, lançaram uma cartacompromisso com os desafios prioritários e compromissos fundamentais para garantir educação de qualidade a todos os brasileiros. A carta-compromisso foi entregue aos principais candidatos às eleições de 2010 com o objetivo de nortear a construção de um Projeto Nacional de Educação.

A iniciativa visa a comprometer os candidatos com a urgência de políticas públicas educacionais consideradas imprescindíveis ao País. O documento foi apresentado pelas instituições e pelos movimentos na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.

http://www.todospelaeducacao. org.br/comunicacao-e-midia/noticias/10070/entidades-lancamcarta- compromisso-por-educacaode- qualidade

 

 

Irina Bokova, diretora-geral da Unesco

Mulher e alfabetização

Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, lançou uma mensagem por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização, 8 de setembro de 2010, na qual trata da relação entre a mulher e a alfabetização:

“Quando uma mulher é alfabetizada, pode fazer escolhas para melhorar significativamente sua vida. Mas, dez anos depois do século 21, dois de cada três do total de 759 milhões de analfabetos adultos no mundo são mulheres. Essa é uma situação intolerável que reflete uma das injustiças mais persistentes dos nossos tempos: a desigualdade no acesso à educação.

Não há justificativa – seja ela cultural, seja econômica ou social – para negar educação a meninas e mulheres. É um direito básico e uma condição absoluta para atingir todos os objetivos de desenvolvimento acordados internacionalmente. O analfabetismo mantém as mulheres marginalizadas e constitui um dos principais obstáculos para a redução da pobreza extrema em um mundo movido a tecnologia, onde ler, escrever e saber contar é indispensável para desfrutar de direitos e oportunidades básicos.

Por todos esses motivos, o Dia Internacional da Alfabetização este ano focaliza o papel altamente significativo que a alfabetização tem para aumentar a autonomia da mulher. Adquirir habilidade alfabética proporciona à mulher uma sensação de autoconfiança e controle sobre sua vida e seu futuro. O empoderamento da mulher se refere a adquirir o conhecimento para tomar decisões informadas e compartilhar o poder no seu lar e na vida política. As declarações de mulheres recém-alfabetizadas são prova da transformação de longo alcance que os novos conhecimentos e habilidades têm em todos os aspetos de suas vidas.

Como a primeira mulher eleita para o posto de diretor-geral da Unesco, dedico-me profundamente a fazer avançar os direitos das meninas e mulheres de todas as partes do mundo, especialmente por meio da educação. A igualdade de gênero é uma das nossas prioridades estratégicas globais, porque não pode haver desenvolvimento sustentável quando as mulheres não desfrutam de direitos e oportunidades iguais.

Investir na alfabetização de mulheres tem retornos muito altos: melhora a renda, leva a uma melhor saúde materno-infantil e favorece o acesso à educação de meninas. Em resumo, mulheres recém-alfabetizadas têm um efeito cascata positivo em todos os indicadores de desenvolvimento.

Este dia internacional almeja mobilizar a atenção de todos para a urgente necessidade de maior comprometimento com a alfabetização, especialmente para meninas e mulheres. Aproveito esta ocasião para convidar os governos, as organizações internacionais, a sociedade civil e o setor privado a expandir seu apoio à alfabetização.

Acredito que existe o ímpeto para tornar a alfabetização da mulher uma prioridade: vimos nos últimos meses uma oportunidade para acelerar os avanços na direção da igualdade de gêneros com a criação da UN Women (entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento da Mulher). A alfabetização dá às mulheres uma voz – nas suas famílias, na vida política e no cenário mundial. É um primeiro passo em direção à liberdade pessoal e a maior prosperidade. Quando as mulheres são alfabetizadas, a sociedade inteira lucra.”

Criança Esperança

Em razão de mensagens que circulam na internet com falsas informações sobre a campanha Criança Esperança, a Unesco esclarece que:

1 As doações para o Criança Esperança são diretamente depositadas em conta administrativa pela Unesco, que destina esses recursos única e exclusivamente para projetos sociais implementados no Brasil. Nenhuma doação ao Criança Esperança passa pela Rede Globo.

2 Por se tratar de uma agência das Nações Unidas, doações para a Unesco não são dedutíveis no Imposto de Renda, que veta supressão de contribuições feitas a organismos internacionais. Dessa forma, é inverídica a suposição de que a Rede Globo obtém benefícios fiscais com a campanha Criança Esperança. A Rede Globo, assim como a Unesco, não se beneficia de qualquer recurso de abatimento fiscal em função do Criança Esperança.

3 Todo ano, por meio do jornalismo e da grande programação da emissora, a Rede Globo e a Unesco divulgam para a sociedade o trabalho realizado pelos projetos sociais que recebem recursos da campanha Criança Esperança. A lista completa dessas iniciativas está no site www.criancaesperanca.com.br, bem como informações gerais a respeito do projeto.

A Unesco lamenta que pessoas ou grupos propaguem informações falsas para prejudicar um projeto que se destina a beneficiar, com recursos e exposição de temas, um dos mais sensíveis e vulneráveis segmentos da nossa sociedade. Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos milhares de brasileiros que há 25 anos contribuem com o Criança Esperança, permitindo que até hoje se tenham destinado recursos para apoiar mais de 5 mil projetos sociais.

Violência na escola no Brasil

O escritório da Unesco no Brasil realiza pesquisas e avaliações sobre uma diversidade de temas, tomando para si a responsabilidade de conhecer mais a fundo a realidade brasileira. Juventude, educação, saúde, violência, gênero, raça, meio ambiente e governabilidade são alguns dos temas incluídos na relação.

Especificamente na área de violência escolar, foi fundado, em novembro de 2002, o Observatório de Violências nas Escolas-Brasil, resultado de uma parceira entre a Unesco no Brasil e a Universidade Católica de Brasília, com o objetivo de aprofundar as pesquisas sobre a problemática, bem como de desenvolver ações visando à superação da violência nas escolas. Em maio de 2008, essa parceria resultou na criação da Cátedra Unesco em Juventude, Educação e Sociedade. Os conteúdos publicados no Observatório de Violências nas Escolas podem ser encontrados no site da Cátedra Unesco em Juventude, Educação e Sociedade.

http://www.catedra.ucb.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=5155

Futuro da espécie humana e do planeta

Fazendo as Pazes com a Terra: Qual o Futuro da Espécie Humana e do Planeta?, de Jérôme Bindé, é um dos mais recentes lançamentos da Unesco em parceria com a Editora Paulus.

Sabemos que tanto a espécie humana quanto o planeta não são imortais. Nossa preferência pelo lucro nos negócios se sobrepõe às questões ambientais e, somada à falta de vontade política para solucionar esse tipo de problema, ameaça a humanidade. Sem ação imediata quanto ao combate ao aquecimento global, enfrentaremos uma perda de 5% a 20% do Produto Interno Bruto do mundo (PIB); nossa biosfera está em perigo por conta do aumento da desertificação, do desmatamento, da poluição do ar e do solo, da diminuição da biodiversidade, da falta de água e da degradação dos oceanos.

É necessário que seja criada uma nova abordagem econômica. É necessário existir uma economia que utilize menos materiais em sua produção, que reduza o consumo supérfluo e que gaste menos matéria-prima. Temos de criar e implementar novos estilos de desenvolvimento capazes de crescer, mas ao mesmo tempo de preservar o planeta e a biodiversidade. Na obra, Bindé propõe à humanidade fazer um novo pacto, um “contrato natural”, de codesenvolvimento com o planeta.