Novembro de 1979 a janeiro de 1980

Novembro de 2011 a janeiro de 2012

Calota esvanecente

Um estudo do cientista Joey Comiso, da Nasa, publicado no Journal of Climate, mostra que o gelo marinho mais velho e espesso do Oceano Ártico está derretendo mais rapidamente do que o gelo mais novo e fino das franjas da calota polar. As imagens da extensão da calota – uma obtida entre 1º de novembro de 1979 e 31 de janeiro de 1980; a outra, no mesmo período entre 2011 e 2012 – mostram uma queda de 13,5% na área do gelo perene (que sobrevive a no mínimo um verão) por década. Enquanto o gelo marinho afina por perder rapidamente sua parcela espessa, observa Comiso, a temperatura da superfície do Ártico está subindo, o que reduz a temporada de formação de gelo. Só uma persistente onda de frio, capaz de fazer o gelo mais espesso aumentar substancialmente, reverteria o processo, diz o cientista.

Parede-jardim

Inaugurado no fim de 2011, o Parque Shopping Barueri, na Grande São Paulo, possui um dos maiores jardins verticais (ou ecoparedes) do mundo. São nada menos do que 734 m2 e 15,4 mil módulos de jardineiras, instalados pela empresa LifeHouse, especializada em construções sustentáveis. As vantagens incluem a retenção pluvial e o sequestro de CO2, amenizando as ilhas de calor no meio urbano. A LifeHouse prepara um dos maiores ecotelhados do Brasil no Shopping Iguatemi da av. Juscelino Kubitschek (São Paulo), que deverá abrir este ano.

Poluição andina

O Lago Titicaca, na divisa Bolívia-Peru, área andina que abriga sociedades agrícolas há milênios, enfrenta índices cada vez maiores de poluição, originária sobretudo de El Alto, a cidadedormitório colada a La Paz, a capital boliviana. Reduto de camponeses que mudam em busca de uma vida melhor, El Alto tem crescido 4% ao ano ao longo de duas décadas. Seu esgoto, lixo e resíduos industriais são despejados in natura no Rio Seco, que deságua no lago. Nas áreas próximas à foz do rio, a poluição reduziu severamente a pesca.

Cobra invasora

O sumiço de 90% dos mamíferos do Parque Nacional Everglades, na flórida, tem um culpado: o píton birmanês, uma cobra de cinco metros de comprimento e apetite notável. Trazida como animal de estimação da Ásia, ela foi introduzida no parque a partir de 1999, e logo se adaptou e se reproduziu. Guardas florestais já capturaram ou mataram 1.825 dessas cobras, mas o “feito” não baixou a taxa de reprodução. O US Fish and Wildlife Service quer impedir que pet shops importem o píton. Mas, para os políticos republicanos do Estado, isso só serviria para reduzir o número de empregos.

Países mais verdes

Elaborada pelas universidades americanas Yale e Colúmbia, a versão 2012 do Environmental Performance Index classifica os países segundo o que fazem pelo meio ambiente, a partir de 22 indicadores relacionados ao uso sustentável dos recursos naturais e ao bem-estar do seu povo. A Suíça lidera, graças à qualidade do ar e da água, seguida por Letônia (pela manutenção eficiente da biodiversidade e dos hábitats naturais) e Noruega (pela boa qualidade do ar e da água, mas gestão deficiente da agricultura e da pesca). O Brasil ocupa o 30º lugar da lista de 132 países.

Vinhos sustentáveis

Começaram a ser implantadas neste semestre medidas do governo da Califórnia e da Aliança de Viticultores Sustentáveis do Estado para ajudar as vinícolas a manter sua produção com baixo impacto ambiental. As ações, que integram o Programa de Viticultura Sustentável, lançado em 2002, auxiliam os produtores a descobrir maneiras mais sustentáveis de usar a água, a terra e a energia elétrica.

Vila florestal planejada

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em parceria com o Bradesco, inaugurou em fevereiro a Vila Comunitária do Cujubim, na Reserva do Desenvolvimento Sustentável do Cujubim (AM). Situada às margens do Rio Jutaí, a 930 km de Manaus, a iniciativa, que envolve investimento de R$ 1,278 milhão, atende a uma demanda da comunidade por melhor qualidade de vida. Antes dispersos por três localidades distantes entre si, os 186 moradores ganharam, na vila, acesso a educação, saúde e geração de renda.

empresas + verdes

A Volkswagen vai construir sua segunda Pequena Central Hidrelétrica (PCH), Monjolinho. A nova PCH, situada no Rio Sapucaí (SP), deverá ser inaugurada em 2014 e a soma da sua produção com a da usina anterior responderá por 40% da energia usada pela empresa no país.

Acusado em 2006 pelo Greenpeace de estimular o desmatamento da Amazônia, o Grupo André Maggi, maior produtor de soja do mundo, conquistou o certificado internacional Forest Footprint Disclosure, concedido por alguns dos maiores fundos de investimento do planeta. É a primeira vez que uma empresa brasileira é líder de setor nessa iniciativa.

A Unilever lançou a Fundação Unilever, dedicada a melhorar a qualidade de vida nos países em que atua fornecendo higiene, saneamento, acesso à água potável, nutrição básica e desenvolvimento da autoestima. Cinco organizações ajudam na empreitada: Oxfam, PSI, Save the Children, Unicef e o Programa Mundial de Alimentos.

A Basf anunciou objetivos ambiciosos em meio ambiente, saúde e segurança. A empresa quer reduzir em 40% as emissões de gases-estufa por tonelada de produto vendido (a meta original era 25%) e usar na produção 50% de água potável a menos do que consumiu em 2010.