Pecuária mais sustentável

A pressão por uma postura mais sustentável na criação de gado parece estar funcionando, indica um estudo internacional publicado na revista Conservation Letters em maio. A pesquisa buscou captar as mudanças ocorridas após a assinatura de compromisso de desmatamento zero na Amazônia, em 2009, uma exigência feita pelos produtores de carne aos seus fornecedores. O estudo se concentrou na JBS, maior produtora de carne do mundo, que definiu que apenas pecuaristas com posses cadastradas para ser fiscalizadas por satélites seriam mantidos como fornecedores. Antes do compromisso, somente 2% dos fornecedores haviam registrado suas propriedades; cinco meses depois, eram 60%, e em 2013, 96%. O estudo revelou ainda que, antes de 2009, 40% dos fornecedores diretos da JBS haviam desmatado. Em 2013, eram apenas 4%.


Criação de gado na Amazônia: a pressão da sociedade sobre produtores e destes sobre os fornecedores está dando resultados

 

Calor humano

Dos dias extremamente quentes registrados no mundo entre 1901 e 2005, 75% estão relacionados ao aquecimento global causado pelo homem, afirmam cientistas da Universidade de Zurique (Suíça). Em seu estudo, publicado na revista Nature Climate Change, eles também associaram 18% das ocorrências de chuva torrencial e queda de neve às atividades humanas, que contribuíram para a alta de 0,85°C na temperatura média do planeta no período estudado. Ainda segundo os pesquisadores, se a temperatura média mundial subir 2°C (o limite considerado “seguro” pelos cientistas do clima), a proporção de dias extremamente quentes ligados à mudança climática subirá de 75% para 96%, e a de chuvas torrenciais e queda de neve passará de 18% para 40%.


O aquecimento global provocado pelo homem já responde pela maioria dos dias extremamente quentes entre 1901 e 2005

 

Agonia das geleiras

No fim deste século, as geleiras do oeste do Canadá deverão apresentar uma redução média de 75% em área e de 70% em volume na comparação com 2005, afirmam cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver. Em algumas áreas, as perdas superarão 90%. Entre os setores diretamente afetados pelo problema estão a agricultura, a silvicultura, o turismo, os ecossistemas regionais e a qualidade da água, alertam os pesquisadores. Mesmo se o aquecimento global for o menor previsto, a maioria das geleiras estará condenada, afirmam os pesquisadores. O estudo foi publicado na revista Nature Geoscience.

 

Petróleo no Ártico

Em uma decisão controvertida, o governo dos Estados Unidos autorizou em maio a petrolífera anglo-holandesa Shell a, sob certas condições, fazer prospecções no Oceano Ártico, ao largo da costa do Alasca. A Shell pretende perfurar seis poços no Mar de Chukchi, e para isso quer usar dois navios capazes de conter vazamentos em caso de acidentes. A autorização foi concedida apesar de o governo reconhecer que, se a extração de petróleo for iniciada na área, a probabilidade de ocorrer derramamentos chega a 75%. Calcula-se que o Ártico abriga 20% das reservas mundiais de gás e petróleo não provadas; apenas nas águas americanas haveria 34 bilhões de barris de petróleo. Os ambientalistas alertam para os riscos que essa atividade representa para os ecossistemas e as populações da região, que dependem de recursos naturais sem poluição.

 

Seca histórica

O Lago Mead, criado na década de 1930 pelo represamento das águas do rio Colorado para a construção da Barragem Hoover, em Nevada (Estados Unidos), já foi o maior lago artificial norte-americano, mas a forte estiagem que castiga o oeste dos EUA, aliada ao crescente consumo de água, mudou dramaticamente essa condição. Em meados de maio, o nível já havia recuado mais de 43 metros em relação ao máximo, atingido pela última vez em 1983. O índice representa o recorde histórico de baixa.

 

Empresas + verdes
 


A Votorantim Cimentos desenvolveu um cimento para a usina de Jirau (RO) que, em vez de calcário, inexistente na região, usa argila. O produto, denominado pozolana calcinada, pode ser usado na construção de grandes peças de concreto sem risco de ficar trincado ou estragar com o tempo. O cimento é produzido numa fábrica em Porto Velho.

 


A Cipatex, empresa de revestimentos sintéticos e não-tecidos, reciclou em 2014 mais de 62 milhões de garrafas PET de 1,5 litro, transformando-as em fibras sintéticas usadas em duas de suas linhas de revestimentos para móveis e decoração. O material reciclado representa 30% do produto; outros 20% vêm de fonte renovável, como o sal marinho.

 


A Unilever e o Pão de Açúcar conseguiram, com o Programa Estação de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever, recolher mais de 10 mil toneladas de resíduos em 2014, beneficiando com isso 39 cooperativas de reciclagem parceiras. Criado em 2001, o programa está presente em 139 lojas no país e é responsável pela coleta de mais de 88 mil toneladas de resíduos.

 


A Starbucks iniciou no Brasil um projeto piloto com a Braskem para utilização do plástico verde da petroquímica (o I’m Green), de copos de plástico reciclados e de borra de café na fabricação de cestos de lixo destinados a lojas selecionadas da rede. Uma unidade de São Paulo já conta com as novas lixeiras, que têm o aroma típico de café.