Nesta sexta-feira, centenas de milhares de estudantes de escolas estão deixando a sala de aula e tomando as ruas para pedir aos políticos de suas cidades, estados e países que tomem medidas efetivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Os protestos já ocorreram em mais de 1.400 cidades de mais de 110 países da Europa, Oceania, Oriente Médio e África, segundo cobertura do jornal inglês The Guardian, quando ainda era madrugada no Brasil. Os organizadores acreditam que o número de crianças e jovens participantes já deve superar os 1,4 milhão de pessoas que participaram da primeira greve climática global dos estudantes ocorrida no dia 15 de março.

Alexandria Villasenor, de 13 anos, que lidera o movimento climático nos Estados Unidos, resumiu a questão à rede de TV norte-americana CNN: “[Os jovens] precisam ter certeza de que as pessoas no poder começarão a tomar ação porque não temos tempo para esperar até que nós mesmos possamos fazer isso.”

O movimento “Fridays for Future” (Sexta-feira para o futuro, em tradução livre) foi iniciado pela adolescente sueca Greta Thunberg, em agosto do ano passado (início do ano letivo no seu país), quando se recusava a assistir às aulas nas sextas-feiras, desafiando as leis locais que exigem que as crianças estejam na escola. Depois levou seu protesto para a porta do Parlamento na época das eleições, pedindo a atenção dos políticos do seu país ao meio ambiente. Seu movimento individual foi ganhando força, se espalhou pela Europa, depois pelos EUA e pelo mundo afora.

No ano passado, as emissões globais de carbono atingiram um nível recorde e o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertou que uma ação global sem precedentes é necessária para limitar os aumentos da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

No início deste mês outro alerta preocupante veio da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES): um milhão das oito milhões de espécies de animais e plantas existentes na Terra estão ameaçadas de extinção em um futuro próximo por causa da ação dos seres humanos. O estudo foi escrito por 145 especialistas de 50 países e representa a avaliação mais abrangente da perda de natureza mundial de todos os tempos.