– 1,5 ou 2, efeitos diferentes –
As diferenças são nítidas entre um aumento de 1,5ºC ou de 2ºC. O impacto sobre as espécies será menor com 1,5ºC: menos incêndios florestais, perda de territórios, espécies invasoras. Com 1ºC, 4% da superfície terrestre muda de ecossistema, com 2ºC será de 13%. Mas, mesmo com aumento de 1.5oC, de 70% a 90% dos recifes dos oceanos podem morrer, incluindo a Grande Barreira de Corais da Austrália.

Ter 2ºC acima da Revolução Industrial se traduz em ondas de calor na maioria das regiões. Haverá mais dias quentes em todos os lugares, particularmente nos trópicos, zona sensível, já que neste momento as variações não os afetam. As precipitações ligadas aos ciclones serão mais intensas.

O nível do mar, com uma temperatura superior de 1,5ºC, aumentará entre 26 e 77 cm até 2100, segundo as projeções. Com 2ºC serão 10 cm a mais, o que afetará 10 milhões de pessoas adicionais.

A longo prazo, a instabilidade do gelo antártico e/ou a perda da Groenlândia poderia começar com 1,5°C ou 2°C de aumento, o que elevaria o nível do mar em vários metros nos próximos séculos ou milênios.

1,5ºC limitaria a acidificação do oceano (ligada à maior concentração de CO2) que ameaça a existência de espécies marinhas. Com este aumento, o Ártico terá um verão por século sem gelo, e a 2ºC serão dois por década.

A queda na produtividade do milho, do arroz e do trigo será mais limitada com 1,5°C do que com 2°C de variação, aponta o informe, que também descreve os principais riscos para os recursos hídricos, segurança alimentar e saúde.