Os navios que estão comemorando a abertura da Rota Norte através do Ártico com cada vez menos gelo precisam prestar atenção nos relâmpagos. Pesquisadores que monitoram os raios elétricos notaram que estes estão ficando mais frequentes no mundo todo, mas, em especial acima do Círculo Polar Ártico. Durante os meses de verão, os relâmpagos passaram de 18.000, em 2010, para 150.000, em 2020. Em comparação com o resto do globo, a fração de raios que caem na região ártica passou de 0,2% para 0,6%.

Já era sabido que as rotas globais da navegação internacional recebem duas vezes mais relâmpagos do que no restante do oceano. Cientistas atribuem isso aos aerossóis produzidos na queima de combustíveis fósseis. Já no Ártico, a causa parece ser o aquecimento global. O trabalho, que acaba de sair na “Geophysical Research Letters”, mostra a forte correlação entre o aumento na frequência dos relâmpagos e o aumento na anomalia da temperatura média na região (anomalia é o desvio em relação à temperatura média no século 20). O artigo está aberto durante 3 meses e foi comentado no “The Guardian”. Uma breve descrição dos impactos de raios em navios está em um artigo do ano passado da Boats News.

Em tempo: Pesquisadores suecos cancelaram o voo experimental de um balão que soltaria substâncias para bloquear a luz solar em altas altitudes, uma das propostas da geoengenharia. O propósito seria estudar os efeitos colaterais que estas substâncias teriam na alta atmosfera e a eficácia delas em não deixar a luz solar chegar até a superfície da Terra. O cancelamento se deu após protestos de cientistas, ambientalistas e grupos dos povos nativos da região. A notícia saiu no “New York Times”.