O rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, ocorrida em Mariana em 5 de novembro, produziu o maior desastre ambiental da história de Minas Gerais. Mais de 62 milhões de metros cúbicos de água e rejeitos da extração de minério de ferro foram despejados sobre distritos do município com a queda das barragens. Pelo curso do rio Doce, a lama atingiu dezenas de cidades do leste do estado, e por Linhares, Baixo Guandu e Colatina, no Espírito Santo, até chegar ao Oceano Atlântico. Em todos esses municípios, o abastecimento de água foi comprometido.

Até 16 de novembro, 7 mortes haviam sido confirmadas, 12 pessoas estavam desaparecidas e 4 corpos ainda não tinham identificação. Cerca de 600 pessoas perderam suas­ casas. Quatro dias antes, a presidente Dilma Rousseff visitou a região e anunciou uma multa “preliminar” de R$ 250 milhões do Ibama à Samarco.

Apenas em Mariana, os prejuízos causados pela tragédia eram estimados pelo prefeito, Duarte Junior, em pelo menos R$ 100 milhões. Instituições que avaliam riscos calculam que a Vale e a australiana BHP Billinton, controladoras da Samarco, vão gastar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões em indenizações e reparações aos danos causados à população, ao patrimônio e ao meio ambiente. Especialistas consideram que os ecossistemas atingidos levarão anos para se recuperar.