Numa entrevista concedida há alguns anos, o parapsicólogo brasileiro Hernani Guimarães Andrade previu que até 2015 a reencarnação seria oficialmente aceita pela ciência. Talvez a afirmação de Guimarães Andrade pareça a muitos demasiadamente ousada, mas quem já ouviu falar do trabalho do psiquiatra e professor universitário canadense Ian Stevenson sabe que o arrojo, no caso, foi calculado. Ninguém conduziu tão a fundo o estudo da reencarnação em moldes científicos como Stevenson (cujo modelo, diga-se, Guimarães Andrade usou para pesquisar casos no Brasil), e os resultados que ele obteve são, no mínimo, dignos de reflexão cuidadosa.

As meticulosas pesquisas de Stevenson ainda estão numa espécie de limbo acadêmico, um “esquecimento” que se torna ainda mais interessante quando se descobre que a crença na reencarnação vem da Pré-História e se espalhou pelo mundo. Ela está presente até em ambientes hostis: numa pesquisa recente, por exemplo, 27% dos norte-americanos disseram aceitar essa idéia, e entre essas pessoas certamente existem muitos adeptos de correntes cristãs avessas ao reencarnacionismo.

Stevenson morreu em fevereiro mas isso não significa que reencarnação e ciência tenham rompido relações. O departamento no qual o canadense trabalhava na Universidade de Virgínia continua a pesquisar nessa área, e aparentemente Stevenson fez um sucessor na figura do psiquiatra Jim Tucker. A tendência, portanto, é que a já considerável bibliografia científica sobre o tema seja cada vez mais reforçada – e, na atual velocidade dos avanços científicos e tecnológicos, oito anos são um tempo plausível para a previsão de Guimarães Andrade tornar-se válida.

O presente dossiê oferece um roteiro geral desse intrigante assunto, a partir das perspectivas científica, histórica e religiosa. É um prato cheio para quem deseja ir além dos dogmas de fé e mergulhar mais fundo na discussão sobre a origem e o destino da humanidade neste planeta.

  Ian Stevenson – O caçador de vidas passadas