A polêmica sobre o decreto assinado em agosto pelo presidente Michel Temer que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), uma área situada entre Pará e Amapá com o tamanho do Espírito Santo, trouxe à tona os interesses de mineradoras em terras hoje vetadas a essa atividade. Se o governo federal continuar a se mostrar tão receptivo às pretensões dessas empresas, populações locais, ambientalistas e cientistas têm boas razões para temer o futuro. Um estudo da Universidade Federal de Goiás, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade cruzou as liberações previstas em projetos de mineração em terras protegidas com os pedidos de empresas para autorização de lavra onde a atividade é proibida, e a área somada é cerca de 6 mil km² maior que a da Renca. Confira alguns dados citados no trabalho, publicado na revista Environmental Conservation.