A vida na Terra foi, até hoje, bastante turbulenta. Em mais de uma ocasião, a maior parte das espécies foi extinta e uma biodiversidade altamente desenvolvida encolheu ao mínimo de novo, mudando o curso da evolução todas as vezes.

A mais extensa começou há cerca de 252 milhões de anos. Durante o período, cerca de três quartos de toda a vida terrestre e 95% da vida no oceano desapareceram em apenas alguns milhares de anos.

Atividades vulcânicas enormes no local em que hoje está a Sibéria e a grande liberação de metano do fundo do mar podem ser sido possíveis gatilhos da extinção, mas a causa exata ainda é debatida.

Agora, cientistas foram capazes de reconstruir conclusivamente toda a cascata de eventos da época, usando técnicas analíticas de ponta e modelagem geoquímica inovadora. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (19) na revista Nature Geoscience.

Para o estudo, a equipe usou organismos semelhantes aos moluscos que existem na Terra há mais de 500 milhões de anos. Medindo diferentes isótopos de boro nas conchas dos organismos, a equipe conseguiu rastrear o desenvolvimento dos valores de pH do oceano daquela época.

Depois, a equipe juntou seus dados de boro e as investigações adicionais baseadas em isótopos em um modelo geoquímico em um computador que simulava os processos da Terra no período.

Os resultados mostraram que o aquecimento e os oceanos muito ácidos associados ao carbono da atividade vulcânica na atmosfera foram fatais e levaram à extinção de organismos marinhos calcificados logo no início.