Depois da maconha, chegou a vez das plantas alucinógenas em Oakland, na Califórnia (EUA). A Câmara Municipal da cidade votou, nesta terça (04/06), por unanimidade pela descriminalização dos cactus e cogumelos mágicos. A aplicação da lei está voltada para deixar de investigar e processar indivíduos por usarem ou possuírem drogas provenientes de plantas que contenham a psilocibina alucinógena.

É a segunda cidade dos Estados Unidos a liberar o consumo de alucinógenos naturais, depois de Denver, que os descriminalizou cerca de um mês atrás por meio de voto popular. Também há esforços em andamento no Oregon para colocar a descriminalização dos cogumelos na votação do estado em 2020. Em Iowa, o deputado republicano Jeff Shipley está apoiando um projeto de lei sobre cogumelos na legislatura do estado.

Cactus peiote ou mescal, comum no território dos Estados Unidos até o centro do México. Tem sido usado por séculos pelos efeitos psicodélicos experimentados quando ingerido (Crédito: Peter A. Mansfeld)

Antes da votação, cerca de 30 pessoas discursaram sobre a questão, a maior parte delas apoiando a liberação. Entre os argumentos colocados esteve a questão de que drogas que ocorrem naturalmente, como os cogumelos e cactos (do tipo peiotes ou mescal), têm sido usadas por várias culturas há centenas de anos para tudo, desde buscas espirituais até no combate a desequilíbrios psiquiátricos, como a síndrome do estresse pós-traumático, depressão, vício e ansiedade. Alguns descreveram anos de dependência e dor antes de começarem a usar esses alucinógenos e encontrar alívio. Mas teve também quem questionou a decisão e sugeriu aguardar as consequências em Denver.

“Nós temos muitos desafios mentais nas nossas ruas hoje, e é importante poder fornecer livremente qualquer apoio medicinal que pudermos, incluindo o uso de plantas que tenham efeitos benéficos por milhares de anos”, disse Noel Gallo, membro do Conselho da Cidade de Oakland, que apresentou a resolução ao USA Today.

Várias emendas foram feitas à resolução para dar orientação aos usuários, como a recomendação aos interessados de começarem o uso com quantidades muito pequenas para que possam descobrir como reagem e que considerem ter uma pessoa sóbria de confiança por perto.