Os prêmios Nobel da Literatura de 2018 e 2019 foram atribuídos à polonesa Olga Tokarczuk e ao austríaco Peter Handke, respectivamente. O anúncio foi feito hoje (10), em Estocolmo.

O prêmio de 2018 foi cancelado no ano passado por conta de um escândalo sexual que abalou a Academia Sueca. O marido de uma integrante da Academia, o dramaturgo Jean-Claude Arnault, foi acusado e condenado por estupro. Ele administrava uma fundação que recebia fundos da Academia, o que fez com que outros integrantes renunciassem, obrigando a organização a cancelar a premiação. Arnaul também foi acusado de vazar nomes de vencedores do Nobel.

Por esse motivo, a Academia revelou a vencedora do Nobel de Literatura de 2018, Olga Tokarczuk, somente em 2019. Segundo comunicado oficial, a escritora foi contemplada “por uma narrativa imaginativa que, com paixão enciclopédica, representa ultrapassar fronteiras como uma forma de vida”.

Olga é psicóloga, tem 57 anos e ficou conhecida principalmente por seu terceiro romance, “Primeval And Other Times”, de 1996, e venceu o Prêmio Internacional Man Booker em 2018 pelo livro “Flights”. A escritora tem um livro lançado no Brasil, “Os Vagantes”, de 2014.

Desde a criação de prêmio, em 1901, apenas 15 mulheres foram premiadas nesta categoria, de um total de 116 escritores.

Já Peter Handke foi o vencedor de 2019 “por um trabalho influente que, com ingenuidade linguística, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”. Aos 76 anos, Handke já publicou 80 livros. Ganhou fama com “O Medo do Goleiro Diante do Pênalti”, de 1970, e é um dos escritores de idioma alemão mais traduzidos do mundo.

O escritor já causou muita polêmica por suas posições políticas pró-sérvias. Em 2006, foi criticado por participar do funeral do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, acusado de genocídio.

Handke tem dois livros publicados no Brasil: “Don Juan” (2007)  e “A perda da imagem: ou através da Sierra de Gredos” (2009).

Cada vencedor do Nobel levará 9 milhões de coroas (R$ 3,7 milhões) para casa.