A infectologista e chefe do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, afirmou ontem (8) durante a conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus que a propagação de covid-19 a partir de pacientes assintomáticos é “muito rara”.

Segundo a médica, os dados levantados até agora mostram que pessoas que não apresentam os sintomas da doença possuem pouco potencial infectológico para contaminar indivíduos saudáveis. De acordo com a especialista, deve haver esforços dos governos para identificar e isolar pessoas que apresentam sintomas.

“Sabemos que existem pessoas que podem ser genuinamente assintomáticas e ter o PCR (teste realizado para detectar a presença do vírus no organismo) positivo. Esses indivíduos precisam ser analisados cuidadosamente para entender a transmissão. Há países que estão fazendo uma análise detalhada desses indivíduos, e eles não estão achando transmissão secundária. É muito rara”, afirmou a médica ao ser questionada por jornalistas.

LEIA TAMBÉM: Assintomáticos: 5 dúvidas sobre quem pega o vírus e não tem sintomas

Mais estudos

Ainda segundo Kerkhove, é necessário traçar todos os contatos que pessoas que desenvolveram a doença tiveram com outros indivíduos. A infectologista afirmou ainda que é preciso realizar mais estudos para chegar a uma “resposta verdadeira” sobre todas as formas de transmissão do novo coronavírus.

 

Atualização: Em conversa online com jornalistas hoje (9), Maria Van Kerkhove salientou que não quis dizer que pessoas assintomáticas não transmitem o vírus. Segundo ela, a OMS tem certeza de que esses indivíduos também podem transmiti-lo. O que ainda não se sabe é a proporção de assintomáticos capazes de contaminar outras pessoas. Os poucos estudos existentes a esse respeito indicam que infectados assintomáticos têm propensão muito menor a transmitir o vírus do que aqueles que desenvolvem sintomas.

 

OMS: análises de países sobre propagação de covid-19 a partir de pacientes assintomáticos não têm encontrado transmissão secundária. Crédito: United States Mission Geneva/Flickr