Uma análise de instituições dinamarquesas que monitoram a situação das geleiras na Groenlândia mostrou que a região registrou um aumento acentuado no volume de gelo derretido na semana passada.

De acordo com as estimativas do Polar Portal, o manto de gelo que cobre a maior ilha do mundo perdeu 8,5 bilhões de toneladas de massa superficial somente na última terça-feira (27/7). Outros 8,4 bilhões de toneladas de gelo foram perdidos na quinta-feira (29/7). O volume de gelo derretido seria capaz de inundar uma área do tamanho do estado norte-americano da Flórida com cinco centímetros de água.

De acordo com meteorologistas, o principal fator por trás desse episódio de degelo acentuado é uma mudança nas correntes de ar do Ártico que empurrou e concentrou ar mais quente no leste da Groenlândia. Isso se refletiu num aumento da temperatura média nessa região: na última quarta-feira (28/7), os termômetros atingiram alta recorde de 19,8°C. Deutsche Welle, Guardian, Le Monde, Reuters e RFI deram mais informações.

Enquanto isso, um relatório do Grupo Consultivo para a Crise Climática (CCAG) publicado na semana passada ressaltou os impactos globais do aquecimento do Ártico decorrente da mudança do clima. De acordo com o documento, o aquecimento e o derretimento do gelo na região do Polo Norte é provavelmente o principal gatilho para eventos climáticos em cascata, como as ondas de calor e inundações registradas em diversos pontos do hemisfério norte neste verão.

Nos últimos 30 anos, o Ártico aqueceu cerca de 0,81°C por década, três vezes acima do aquecimento médio global observado nesse mesmo período (0,23°C). Os autores sugerem que até mesmo a ocorrência mais frequente e potente de secas na Amazônia pode estar relacionada com o degelo no Ártico.

Poder360, O Globo e o site do ClimaInfo destacaram os principais pontos do relatório.