Assim como os humanos, os orangotangos conseguem controlar suas vozes. A descoberta pode ser uma chave para entender como a fala evoluiu nos seres humanos desde os ancestrais dos grandes primatas.

A pesquisa, liderada pela Universidade Durham, no Reino Unido, foi feita com Rocky, um orangotango que tinha oito anos de idade na época da pesquisa, realizada três anos atrás.

Durante o estudo, Rocky conseguiu repetir a altura e tom dos sons feitos pelos pesquisadores. Anteriormente, pensava-se que os grandes primatas, nossos parentes mais próximos, não poderiam aprender a produzir novos sons e, porque a fala é um comportamento aprendido, a fala não poderia ser originada dos animais.

Os pesquisadores compararam os sons feitos por Rocky com vocalizações registradas em um banco de dados de sons feitos por orangotangos coletados depois de 12 mil horas de observações de mais de 120 animais de 15 populações diferentes, selvagens e em cativeiros.

Com a comparação, os cientistas concluíram que os sons emitidos por Rocky foram diferentes das vocalizações gravadas no banco de dados, o que comprova que ele realmente aprendeu novos sons e controlou a ação de sua voz, em um contexto de “conversa”.

Segundo os pesquisadores, isso indica que o controle de voz que nós humanos temos pode ter derivado de um ancestral evolutivo com capacidade de controle similar à encontrada nos orangotangos.

Essa descoberta abre o potencial da ciência aprender mais sobre as capacidades vocais dos primeiros hominídeos que viveram antes de se dividirem entre as linhagens dos orangotangos e dos humanos, para saber como o sistema vocal evoluiu até a fala dos seres humanos.