Ensaiar uma cirurgia em uma réplica impressa em 3D do órgão de um paciente específico vem se tornando um diferencial na medicina, tornando os procedimentos mais baratos e seguros. Quanto mais acessível a tecnologia de impressão em 3D, todos saem ganhando: permite que os cirurgiões planejem e pratiquem procedimentos complexos e treinem novos cirurgiões com simuladores que respondem como um paciente faria.

Os órgãos impressos reproduzem exatamente as especificidades do paciente, representam ductos, artérias e veias, camada por camada. Acredita-se que num futuro próximo, os modelos 3D – tanto os impressos quanto os virtuais -, podem se tornar ferramentas de rotina para treinar cirurgiões ou mapear procedimentos com antecedência.

A eficácia desse método já está sendo comprovada na prática e por pesquisas. Em um estudo de 2017, liderado pela especialista em imagens biomédicas Nicole Wake, três cirurgiões experientes foram convidados a revisarem dez cirurgias renais complexas diferentes. Primeiro, eles revisaram as imagens em 2D dos pacientes e descreveram seu plano cirúrgico. Uma semana ou mais depois, eles repetiram o exercício com um modelo 3D. Em todos os casos, pelo menos um dos cirurgiões alterou sua estratégia – mudando a forma de acessar ou prender o órgão, por exemplo – e relatou maior confiança em seu plano.

Embora a tecnologia atual pareça estar progredindo rapidamente, a indústria de seguros e os formuladores de políticas não estão acompanhando o ritmo. Por enquanto, apenas um pacote de software para órgãos de impressão 3D foi aprovado pelo FDA e as seguradoras não cobrem modelos específicos de pacientes, nos Estados Unidos. No Brasil, os passos vão ainda mais lentos.