Os níveis de poluição atmosférica ao redor do mundo praticamente não sofreram qualquer impacto com o desaquecimento econômico causado pela pandemia em 2020; em alguns casos, a poluição não apenas se manteve em patamar mais alto como também aumentou. O dado é do Air Quality Life Index, divulgado pela Universidade de Chicago nesta semana.

De acordo com a análise, o nível médio global ponderado de material particulado PM2,5 caiu de 27,7 microgramas por metro cúbico (μg/m3) para 27,5 μg/m3 entre 2019 e 2020, uma redução bastante marginal. O nível de poluição em 2020, quando a pandemia começou, seguiu mais de cinco vezes superior àquele recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 5 μg/m3. Mais de 97% da população mundial vive em áreas onde a poluição do ar excede o nível considerado seguro pela OMS. Em alguns países, especialmente no sul da Ásia, a pandemia resultou em um aumento da poluição do ar de até 25%.

Ao mesmo tempo, em outras localidades, a pandemia realmente resultou em uma redução dos níveis de poluição atmosférica. Na Indonésia, por exemplo, a queda foi de 20,3% em 2020 em relação a 2019. Em Cingapura, a poluição caiu mais de 38%. Alemanha, China, Japão e Rússia também registraram redução dos índices de poluição do ar.

No entanto, o balanço global segue bastante negativo. De acordo com a análise, a expectativa de vida média da humanidade seria até dois anos maior se todos os países respeitassem os patamares seguros de poluição do ar da OMS. Nos piores casos, como no sul da Ásia, a poluição reduz em cinco anos a expectativa de vida das pessoas.

AFPGuardian e Reuters destacaram o relatório.