Nos últimos 22 anos a porcentagem de subnutridos caiu 17%, mas 842 milhões de pessoas sofrem de fome crônica no planeta. O último relatório da FAO (Food and Agriculture Organization, da ONU) indica melhora, mas a evolução nas regiões mais carentes foi pequena, principalmente na África Subsaariana e no sul da Ásia. Em alguns países africanos na verdade a fome está aumentando. 

As tecnologias agrícolas turbinaram a produção de comida, mas não o suficiente para resolver o problema dos países mais pobres – que, na verdade, é um problema político interno. Mas o desperdício global e a perda de alimentos também afetam as áreas menos desenvolvidas. 

Do outro lado da balança, um estudo da Universidade de Washington mostra que nenhum país reduziu os índices de obesidade dos últimos 33 anos. Há 671 milhões de obesos no mundo (pessoas com índice de massa corporal acima de 30). Se aos obesos forem somados os com sobrepeso, 2,1 bilhão de pessoas estarão com peso acima do recomendado – 30% da humanidade. 

A prosperidade crescente, a abundância de alimentos industrializados e a vida urbana sedentária contribuem para a epidemia de sobrepeso que aumenta as doenças cardiovasculares, o câncer, o diabetes e afeta a própria evolução da espécie.