Uma pesquisa da Universidade de Saskatchewan (USask), no Canadá, descobriu que peixes advertem uns aos outros sobre perigos, como predadores liberando substâncias químicas chamadas “sinais de perturbação” na água como um sinal. Um dos principais constituintes desses sinais é a ureia, substância da urina.

A pesquisa foi feita em parceria com a Faculdade Ocidental de Medicina Veterinária do Canadá e foi publicada no “Journal of Animal Ecology“. As descobertas podem ajudar em esforços de conservação de peixes em todo o mundo. A espécie estudada nessa pesquisa foi a Pimephales promelas, típica das águas temperadas da América Norte.

“Os sinais de perturbação podem ajudar a explicar por que algumas populações de peixes desaparecem após passarem de um certo ponto de redução”, disse Kevin Bairos-Novak, membro da equipe de pesquisa.

Pesquisadores já sabiam que peixes liberam substâncias químicas na água, mas esta é a primeira vez que seu uso foi estudado.

Eles descobriram que na presença de predadores, os peixes liberavam esses sinais químicos e provocaram diversas respostas nos outros peixes, como ficarem paralisados, nadarem rápido e depois se reagruparem. Os animais usam esse comportamento para se defenderem contra predadores.

“Quando os peixes estavam ao lado de outros peixes familiares, eles eram muito mais propensos a produzir sinais que iniciavam o agrupamento próximo dos animais, uma estratégia usada para evitar ser comido por predadores”, disse Bairos-Novak.

“É emocionante descobrir um novo caminho de sinalização em animais”, disse Maud Ferrari, supervisor da pesquisa e ecologista comportamental no Departamento de Ciências Biomédicas Veterinárias da Faculdade de Veterinária. “Descobrimos que os peixes são capazes de manipular o comportamento de outros indivíduos próximos”.