De acordo com o relatório “Pingüins Antárticos e a Mudança Climática”, da WWF, o aquecimento global ocorre cinco vezes mais rápido na Península Antártica do que nos demais locais do mundo. A mudança no clima coloca em risco quatro espécies de pingüins: o imperador (maior do planeta), o papua, o barbicha e o adélia.

O documento afirma que hoje o gelo marinho ocupa uma área 40% inferior à de 1981, na costa oeste da Península Antártica, onde fica a base brasileira Comandante Ferraz. Nos últimos tempos, houve redução da oferta de krill, um crustáceo do qual os pingüins papua e barbicha se alimentam, o que contribuiu para a queda da população dessas espécies. O aumento da temperatura também faz derreter as camadas de gelo marinho, o berçário dos pingüins.

“O derretimento do gelo fará com que esses ícones da Antártica, os pingüins, tenham de enfrentar uma dura batalha para sobreviver”, diz Emily Lewis Brown, da WWF do Reino Unido. “Um dos ambientes mais gelados do planeta é um dos locais onde o aquecimento global tem mais impacto. A menos que medidas para a redução do CO2 sejam tomadas com rapidez, a fauna estará ameaçada.”

Em 25 anos, no noroeste da península, onde o aquecimento é mais acelerado, a quantidade de pingüins adélia diminuiu em 65%. Segundo o relatório, esses animais sofrem com a escassez de comida e com a invasão das aves das espécies papua e barbicha, que migraram em busca de alimento. Os pingüins adélia vivem nas regiões geladas, junto ao mar. Mas precisam de terras isoladas e solitárias para se reproduzir.

Junto ao adélia, o pingüim imperador, o maior do mundo, é o mais ameaçado. Essa espécie se reproduz em terras firmes e congeladas. O aquecimento global e as ventanias criaram um ambiente instável para sua reprodução. Essas aves começaram a procriar em camadas de gelo muito finas e seus ovos e filhotes estão constantemente ameaçados de se perder ou de cair na água.

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