A intensificação da poluição atmosférica nos centros urbanos está reduzindo a expectativa de vida de bilhões de pessoas em todo o mundo. O alerta é de cientistas da Universidade de Chicago (EUA), que publicaram nesta semana um estudo internacional sobre os efeitos da poluição nas condições de vida em diversas cidades, com um Índice de Qualidade de Vida do Ar (AQLI).

De acordo com a pesquisa, a diminuição de expectativa de vida chega a 2,2 anos, em média, nos países onde os níveis de poluição do ar estão abaixo dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos países mais poluídos, como Índia, Bangladesh e Nepal, essa perda chega a mais de cinco anos. Nessas localidades, o impacto da poluição na saúde já é maior do que o de doenças como tuberculose, aids, câncer de pulmão e até mesmo a violência armada.

A análise destacou também o impacto da fumaça decorrente de incêndios florestais sobre a saúde das pessoas. Nesse ponto, as queimadas na Amazônia foram um dos casos citados pelos autores: os incêndios estão tirando até um ano de expectativa de vida de mais de 4 milhões de pessoas nessa região, que sofrem com índices de poluição acima dos limites tidos como seguros pela OMS. O UOL repercutiu esses dados sobre o Brasil.

O relatório também citou o exemplo da China: desde 2013, o país conseguiu reduzir sua poluição por material particulado em 29%, representando mais de 75% de toda a redução de poluição obtida mundialmente nesse período. Como resultado, a população chinesa ampliou sua expectativa de vida em 1,5 ano, presumindo que essas reduções sejam sustentadas.

Bloomberg, Guardian e Reuters destacaram os principais pontos dessa pesquisa.