O número de pessoas que morrem em consequência da poluição do ar pode exceder o número de mortes por tabagismo, indica um estudo de pesquisadores da Alemanha e do Chipre. O estudo, publicado na revista European Heart Journal em março, se concentrou no ozônio e nas menores partículas poluentes, conhecidas como PM2,5. Ambos são os que mais afetam a saúde porque penetram nos pulmões e podem até chegar à corrente sanguínea.

Os autores do estudo calculam que até 8,8 milhões de mortes ocorridas no mundo anualmente podem ser atribuídas ao ar sujo. “Isso significa que a poluição do ar causa mais mortes extras por ano do que o tabagismo, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima ser responsável por mais de 7,2 milhões de mortes em 2015”, disse o professor Thomas Munzel, do Centro Médico da Universidade de Mainz e um dos autores do estudo.

“Fumar é evitável, mas a poluição do ar não é”, acrescentou. Os pesquisadores disseram que novos dados indicam que o impacto negativo das PM2,5 à saúde – partículas muito pequenas que são a principal causa de doenças respiratórias e cardiovasculares – é muito pior do que se pensava antes.