Já é amplamente sabido da ciência que a poluição luminosa das cidades atrapalha o senso de direção dos pássaros, além de interferir no ciclo reprodutivo de tartarugas e insetos.

Agora, uma nova pesquisa mostrou que as luzes artificiais noturnas também afetam os ecossistemas marinhos.

Os cientistas, da Universidade Flinders, da Austrália, analisaram se e como a luz artificial interfere em três aspectos do ciclo reprodutivo do peixe-palhaço: desova, sucesso na fertilização dos ovos e sucesso no nascimento.

Os peixes foram divididos em dois grupos, um submetido a 12 horas de claridade e 12 horas de escuridão, como aconteceria em um ambiente natural, e o outro submetido a algumas horas de luz artificial noturna, imitando o nível de luminosidade de cidades costeiras.

No segundo grupo, os pesquisadores descobriram que as luzes não afetam a desova e a fertilização, mas perturbam dramaticamente o sucesso do nascimento dos peixes. Os filhotes incubados na presença da luz artificial noturna simplesmente não saíram dos ovos, resultando em uma taxa zero de sobrevivência da prole.

Eles afirmam que são necessários mais estudos para entender completamente a extensão desse impacto nas populações de peixes pelo mundo, mas consideram que os resultados sugerem que as luzes podem reduzir significativamente a capacidade reprodutiva desses animais

A pesquisa foi publicada na revista científica “Biology Letters“.