Um caranguejo que ficou preso na resina de uma árvore há 100 milhões de anos foi descoberto onde atualmente fica Mianmar. Segundo cientistas, o âmbar deu aos cientistas um raro vislumbre de uma época em que os ancestrais dos crustáceos de hoje estavam deixando o oceano pela primeira vez.

Apesar de não representar uma nova espécie, o caranguejo é o mais antigo a ser encontrado preservado em âmbar, de acordo com os cientistas em uma pesquisa publicada na quarta-feira (20) na revista Science Advances.

As guelras do caranguejo indicam que ele era aquático ou anfíbio e que os caranguejos antigos se aventuraram em ambientes terrestres e de água doce antes do que o escasso registro fóssil havia mostrado anteriormente.

“Este é o primeiro caranguejo da era dos dinossauros preso em âmbar”, disse Javier Luque, paleobiólogo da Universidade de Harvard e co-autor das descobertas. “E porque está preso de uma forma tão requintada, é o caranguejo mais completo já descoberto, ao nível de não perder um único fio de cabelo.”

Segundo ele, os caranguejos existem há mais de 200 milhões de anos. No entanto, foi durante o período Cretáceo, que durou de 145 milhões a 66 milhões de anos atrás, que os crustáceos realmente se desenvolveram. Durante a chamada “Revolução do Caranguejo do Cretáceo”, o grupo se diversificou, viajou pelo mundo e passou a desempenhar um papel importante nos ecossistemas em que se instalou.

O fóssil sugere que esse plano familiar de caranguejo já estava presente em meados do Cretáceo, quando muitos dos ancestrais dos caranguejos modernos surgiram, disseram os especialistas.