James Earl Carter Jr. pode não ter deixado lembranças favoráveis no eleitorado americano – ele cumpriu apenas um mandato como presidente (1977-1981), e sua campanha à reeleição foi marcada pela economia estagnada e pela crise dos reféns na Embaixada dos Estados Unidos no Irã (1979-1981). Com o tempo, porém, sua imagem melhorou indiscutivelmente, a ponto de seu governo, aprovado por apenas 31% dos eleitores em 1980, ser avaliado positivamente por 64% dos participantes em uma pesquisa em 2009.

Muito disso se deve aos esforços humanitários e em favor da paz promovidos por Carter, já presentes em seu período presidencial. Ele foi, por exemplo, uma influência poderosa na derrocada das ditaduras militares latino-americanas ao colocar-se a favor dos direitos humanos. Articulou os acordos de Camp David (1978), que selaram a paz entre Israel e Egito, definiu em 1977 a devolução do Canal do Panamá aos panamenhos e assinou com a União Soviética em 1979 um tratado de banimento de testes nucleares, o Salt II. Fora do governo, Carter expandiu suas atividades nesse sentido com o Carter Center, ONG sem fins lucrativos que busca promover os direitos humanos e a qualidade de vida em mais de 80 países.