Qual será a maneira mais ecológica de lidar com nossos corpos após a morte? O enterro ou a cremação? Vejam o que dizem os especialistas.

Segundo Georgina Skipper Weymouth, de Dorset, no Reino Unido, a cremação parece melhor do que ocupar hectares de terra com fileiras de lápides. Mas, para ela, os cemitérios da floresta parecem ser o caminho a percorrer. “Você ainda ocupa espaço, mas com uma árvore em vez de uma lápide, e tem a satisfação pós-morte de alimentar a floresta e o prado”, disse ela.

Já para Margaret Pitcher Canberra, da Austrália, a maneira mais eficiente de se livrar de um corpo seria movê-lo para o trecho de campo mais próximo e deixá-lo para os residentes reciclarem. No entanto, essa opção seria ilegal em muitas partes do mundo, então ela pretende doar seu corpo para uma faculdade de medicina, uma fazenda de corpos ou um centro de pesquisa para o estudo da decomposição. “Essa escolha significa que continuarei avançando na pesquisa médica e no treinamento de médicos”, justificou.

Rob Colebrook Ludlow, de Shropshire, no Reino Unido, sugere que transportar os cadáveres em carros funerários movidos a energia solar para uma área afastada e deixar a natureza seguir seu curso seria a opção mais ecológica. “Depois de um ano ou mais, quaisquer pedaços que não tenham sido decompostos por microorganismos ou eliminados por vertebrados carniceiros podem ser transferidos para caminhões movidos por células de combustível de hidrogênio e depositados no mar para alimentar os peixes”, explicou ele.

A opinião do marido de Helen Gould Saratoga, de Nova Gales do Sul, na Austrália, parece ser a mais interessante para ela. Co-editor do livro Biochar for Environmental Management, ele diz que a melhor maneira de descartar corpos é pirolisá-los e transformá-los em carvão. “É isso que quero que aconteça com meu cadáver”, disse Helen.

Sabendo o impacto ambiental a cremação, que libera 200 quilos de carbono na atmosfera, Mike Follows Sutton Coldfield, de West Midlands, no Reino Unido, explica que um enterro tradicional é cerca de 25% menor do que a cremação, mas, levando outros fatores como a manutenção do cemitério em consideração, o impacto de um sepultamento é cerca de 30 por cento maior do que o da cremação.

Ainda segundo Mike, a cremação sem chama por meio de um processo chamado hidrólise alcalina, onde o corpo é colocado em um recipiente como uma panela de pressão de grandes dimensões que contém hidróxido de potássio, é a melhor opção em termos ecológicos. “Em poucas horas, o corpo é decomposto em seus componentes químicos e o líquido pode ser drenado e usado como fertilizante. Requer cerca de um quarto da energia da cremação à base de chama”, explicou.