No fim de 2019, astrofísicos testemunharam uma estrela como o Sol ser destroçada ao se aproximar demais de um buraco negro com massa 1 milhão de vezes maior. Ocorrido a 215 milhões de anos-luz de distância, foi o evento do tipo mais próximo da Terra já registrado.

A atração gravitacional do fenômeno é tão intensa que alonga a estrela como se fosse um espaguete. Por sorte, a luz liberada pela matéria espiralando a altas velocidades ao redor do buraco negro foi intensa o suficiente para ser observada. Analisando propriedades da luz, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos, verificaram que a maior parte do material estelar não foi engolida pelo buraco negro, mas lançada para longe por ventos poderosos, formando uma nuvem de gás esférica (Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 22 de junho).

“Foi a primeira vez que se deduziu a forma da nuvem de gás em torno de uma estrela ‘espaguetificada’’’, disse Alex Filippenko, coautor do estudo, em um comunicado à imprensa. A nuvem bloqueou parte da radiação mais energética produzida no evento, conhecido pela sigla AT2019qiz.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.