Expostas à fumaça de queimadas, as geleiras podem derreter mais depressa e prejudicar o abastecimento de populações que dependem de suas águas. A fuligem das queimadas se deposita sobre o gelo, tornando escura a sua superfície. Isso reduz a capacidade de a geleira refletir a luz solar e favorece o seu derretimento.

A fumaça também impacta as condições atmosféricas sobre as geleiras, já que implica dias mais quentes e secos, segundo estudo coordenado pelo hidrologista John Pomeroy, da Universidade de Saskatchewan, no Canadá.

Os pesquisadores usaram observações de sensoriamento remoto e modelagem computacional para analisar os períodos de degelo do glaciar Athabasca, nas Montanhas Rochosas canadenses, entre 2015 e 2020. Com base na atividade anual de queimadas na região, estudaram o impacto do acúmulo de cinzas e fuligem sobre o degelo do glaciar – em dias ensolarados, o gelo escuro teve uma taxa de descongelamento 10% superior à do gelo não afetado pela fumaça (Earth’s Future, 6 de abril).

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.