Às voltas com a oposição republicana no Congresso, o então presidente americano Barack Obama encontrou nas atribuições regulatórias da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) a base para fazer avançar sua agenda na área. Com o emprego dessa estratégia, ele estabeleceu, por exemplo, normas para reduzir o consumo de combustíveis fósseis, expandir a produção de energias alternativas e, no final, levar os Estados Unidos a assinar o Acordo do Clima de Paris, em 2015. Mas essa estrutura frágil tem tudo para desabar com o governo republicano de Donald Trump, a começar pela designação de Scott Pruitt como o novo diretor da EPA.

Pruitt recebeu dinheiro do lobby de combustíveis fósseis e já processou a EPA, como procurador-geral do estado de Oklahoma, por aspectos referentes à agenda climática do órgão (em seu perfil numa rede social, ele se definiu como “advogado contra a EPA”). Acima de tudo, tal como seu chefe, ele é um cético em relação ao aquecimento global e diz não acreditar que o gás carbônico tenha tanta influência assim no processo – ao contrário de quase 100% da comunidade científica. Democratas e ambientalistas já esperam o desmonte do legado ambiental de Obama, a começar pelo corte de 31% no orçamento da EPA, anunciado em março. Pior para o mundo, sem dúvida.