Uma incrível série de pinturas em relevo representando os signos do zodíaco foi revelada no teto de um antigo templo egípcio conhecido como o Templo de Esna. O local foi construído em homenagem ao deus com cabeça de carneiro Khnum e foi coberto com obras de arte decorativas, incluindo um dos mapas estelares egípcios mais completos já descobertos.

Além do zodíaco completo, os pesquisadores também encontraram relevos mostrando os planetas Júpiter, Saturno e Marte, além de uma série de constelações conhecidas como decanos, que serviam para medir a passagem do tempo durante a noite.

O zodíaco é composto por 12 constelações que se encontram aproximadamente ao longo da eclíptica, que é o caminho que o sol percorre no céu ao longo de um ano. Também conhecidas como signos estelares, acredita-se que as constelações do zodíaco tenham sido introduzidas no Egito pelos gregos antigos.

“O zodíaco foi usado para decorar túmulos privados e sarcófagos e foi de grande importância em textos astrológicos, como horóscopos encontrados inscritos em cacos de cerâmica. No entanto, é raro na decoração do templo: além de Esna, restam apenas duas versões completamente preservadas, ambas de Dendera”, explicou o Dr. Daniel von Recklinghausen, da Universidade de Tübingen, em um comunicado.

No Templo de Esna, tudo o que resta é um grande vestíbulo de arenito que foi colocado em frente à estrutura principal pelo imperador romano Cláudio no primeiro século EC. Nos últimos anos, von Recklinghausen e seus colegas têm revelado e restaurado meticulosamente as muitas pinturas incríveis que adornam a câmara.

Apesar da idade, as decorações coloridas permanecem em ótimas condições graças à camada de lama que as protegeu e preservou por cerca de dois milênios. No entanto, esse revestimento também obscureceu a visão das imagens, e os pesquisadores estão trabalhando o mais delicadamente possível para remover a sujeira a fim de revelar as ilustrações sem danificá-las.

Em 2020, a equipe conseguiu descobrir uma inscrição que revelou os nomes anteriormente desconhecidos das antigas constelações egípcias. A Ursa Maior, por exemplo, recebeu o nome do deus malévolo Seth e foi retratada na forma de uma perna de touro.

A constelação que conhecemos como Orion, por sua vez, foi associada à divindade Osíris, enquanto Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno e parte da constelação de Cão Maior, recebeu o nome da deusa egípcia Ísis.

Outros esforços de restauração em 2022 revelaram uma série de afrescos impressionantes representando a deusa abutre Nekhbet e a deusa serpente Wadjet. Ao lado do zodíaco recém-descoberto, os pesquisadores também encontraram imagens de criaturas fantásticas, incluindo uma cobra com cabeça de carneiro e um pássaro de quatro asas com cauda de cobra e cabeça de crocodilo.

Mais da metade do teto da estrutura já foi restaurado, embora, com muita lama ainda para remover, é provável que a equipe descubra ainda mais pinturas incríveis nos próximos anos.