Fragmentos de dentes fósseis de rinocerontes extintos que viveram de 8 a 9 milhões de anos atrás foram encontrados no Território do Yukon, no noroeste do Canadá. Os fósseis, descobertos em 1973 em uma antiga mina de cobre pela professora Joan Hodgins e seus alunos, foram reavaliados agora com modernas técnicas de pesquisa por uma equipe internacional de cientistas. O artigo sobre a novidade foi publicado na revista “American Museum Novitates”.

“No Yukon, temos caminhões de fósseis de mamíferos da Era do Gelo, como mamutes-lanosos, cavalos antigos e leões ferozes”, disse Grant Zazula, paleontologista do governo de Yukon e coautor do estudo. “Mas esta é a primeira vez que temos evidências de mamíferos antigos, como rinocerontes, anteriores à Era do Gelo.”

Durante o Terciário (entre 66 milhões de anos atrás e cerca de 2,6 milhões de anos atrás), uma ponte terrestre chamada Beríngia ligou a atual Sibéria ao Alasca. Os paleontólogos acreditam que animais de todos os tipos, incluindo mamutes e rinocerontes, cruzaram a ponte.

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A geologia e o ambiente do Yukon, ponto de passagem dessa rota de migração em massa, não são propícios à preservação de fósseis de animais terrestres.

Ponte terrestre

“Sabemos que uma ponte terrestre deve ter estado em operação ao longo dos últimos 66 milhões de anos”, disse Jaelyn Eberle, curadora de vertebrados fósseis do Museu de História Natural da Universidade do Colorado em Boulder (EUA) e principal autora do estudo. “O problema é encontrar fósseis no lugar certo, na hora certa.”

Os fragmentos antigos de dentes eram tão pequenos e em péssimas condições que “a maioria dos paleontologistas talvez não os pegasse”, comentou Eberle.

A equipe usou um sofisticado microscópio eletrônico de varredura para analisar a estrutura do esmalte nos fragmentos de dentes fósseis.

“Os dentes dos mamíferos não são todos iguais”, explicou Eberle. “Os cristais que compõem o esmalte podem crescer seguindo padrões diferentes em diferentes tipos de animais, um pouco como uma impressão digital dental. (…) O esmalte dentário do Yukon carregava os sinais reveladores de um parente do rinoceronte.”

Falta ao método um detalhamento suficiente para determinar as espécies precisas de rinoceronte. “Mas, se esse animal era parecido com seus contemporâneos do sul, pode ter o mesmo tamanho ou ser menor do que os rinocerontes-negros de hoje e procurar folhas como alimento”, disse Eberle. Segundo ela, esse rinoceronte provavelmente não tinha chifre no focinho.

Tartarugas

Os paleontólogos também analisaram uma coleção de fósseis encontrados ao lado das lascas de dente do rinoceronte. Eles pertenciam a duas espécies de tartarugas, um parente de veado antigo e um lúcio (tipo de peixe). A descoberta das tartarugas, em particular, reforça a ideia de que o Yukon tinha um clima mais quente e úmido do que hoje.

“Os dentes dos mamíferos não são todos iguais”, explicou Eberle. “Os cristais que compõem o esmalte podem crescer seguindo padrões diferentes em diferentes tipos de animais, um pouco como uma impressão digital dental. (…) O esmalte dentário de Yukon carregava os sinais reveladores de um parente do rinoceronte.”

O método não é detalhado o suficiente para determinar as espécies precisas de rinoceronte. “Mas, se esse animal era parecido com seus contemporâneos do sul, pode ter o mesmo tamanho ou ser menor do que os rinocerontes negros de hoje e procurar folhas como alimento”, disse Eberle. Segundo ela, esse rinoceronte nórdico provavelmente não tinha chifre no focinho.

Os paleontologistas também analisaram uma coleção de fósseis encontrados ao lado das lascas de dente do rinoceronte. Eles pertenciam a duas espécies de tartarugas, um parente de veado antigo e um Lúcio (tipo de peixe). A descoberta das tartarugas, em particular, reforça a ideia de que o Yukon tinha um clima mais quente e úmido do que hoje.