Pesquisadores da Oxford Economics afirmam em um estudo divulgado ontem que robôs poderão ter mais de 20 milhões de empregos industriais em todo o mundo até 2030, informou o canal por assinatura CNBC. Nada menos do que 14 milhões dessas máquinas entrariam em ação na China.

O estudo corresponde à análise das tendências de longo prazo relativas ao avanço da automação em locais de trabalho. Segundo os analistas, nos últimos 20 anos o número de robôs em uso no planeta triplicou, chegando a 2,25 milhões de unidades.

O aumento da automação traz vantagens e desvantagens sociais e econômicas, lembram os pesquisadores. “Como resultado da robotização, dezenas de milhões de empregos serão perdidos, especialmente nas economias locais mais pobres, que dependem de trabalhadores menos qualificados. Isso, portanto, se traduzirá em um aumento na desigualdade de renda”, observam os autores do estudo.

Mas boa parte dos empresários deverá prestar mais atenção em outro dado assinalado no estudo: se o número de robôs em atividade crescer 30% a mais do que o previsto até 2030, o resultado será um aumento de 5,3% no PIB global naquele ano. “Isso equivale a adicionar mais US$ 4,9 trilhões por ano à economia global até 2030 (nos preços de hoje) – o correspondente a uma economia maior que o tamanho projetado da Alemanha”, afirmam os autores.

Prevê-se que até 2030, mais de 1,5 milhão de empregos passarão a ser ocupados por robôs nos Estados Unidos, diz o relatório. Na China, esse número deve ultrapassar 11 milhões. Em todos os estados membros da União Europeia, quase 2 milhões de pessoas perderiam o emprego por causa da automação.

 

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Para os autores do relatório, os legisladores não devem proibir o aumento da automação para evitar a perda de empregos. “Em vez disso, o desafio deve ser distribuir o dividendo da robótica de forma mais uniforme, ajudando trabalhadores vulneráveis a se preparar e se adaptar à agitação que ela trará”, avaliam.

Eles sugerem que os governos poderiam incentivar empresas e trabalhadores com benefícios financeiros a se engajar em programas locais para treinar trabalhadores. Também exortam os formuladores de políticas a desenvolver “programas agressivos e com visão de futuro” para neutralizar os impactos negativos da automação. “Explore todas as opções de políticas, desde investimentos em infraestrutura até iniciativas de treinamento e programas inovadores de assistência social, como renda básica universal”, sugeriu o relatório.

Do lado dos trabalhadores, a recomendação é que eles passem a “auditar” seus próprios empregos para entender melhor o equilíbrio entre as habilidades humanas necessárias e as habilidades que poderiam ser exercidas por uma máquina. “Adote uma mentalidade de ‘aprendizagem ao longo da vida’. Não há empregos para toda a vida”, afirmam os autores do estudo.